Exploração Trabalhador

Babá mantida em cárcere privado pela patroa pula do 3º andar em Salvador

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Babá pula do 3º andar de condomínio de luxo para escapar de agressões e humilhações. Áudio mostra o desespero da vítima, que saiu de cidade pequena para trabalhar em Salvador após anúncio em site

Momento em que babá é resgatada

Uma babá pulou do 3º andar de um prédio de luxo em Salvador (BA) nesta quarta-feira (25). De acordo com a Polícia Civil, a jovem de 25 anos era mantida em cárcere privado pela patroa e sofria agressões e humilhações frequentes. Os policiais informaram que não irão divulgar os nomes das envolvidas ‘para não prejudicar as investigações’.

As informações inicias apontam que a mulher de 25 anos morava na cidade de Itanagra — cidade localizada a 150 km de Salvador. Ela encontrou uma vaga de emprego através de um site e mudou-se para a capital ao acertar a contratação por telefone com a patroa.

Após poucos dias no trabalho, a jovem comunicou a patroa que não poderia continuar o trabalho no imóvel e que iria buscar outro emprego. Desde então, a patroa passou a agredi-la fisicamente e a manteve trancada em um banheiro.

Familiares da vítima informaram que receberam um áudio da mulher com pedidos de socorro. No entanto, não foi possível continuar o contato porque o aparelho celular da babá foi recolhido pela patroa. Os familiares foram até Salvador em busca da vítima e não conseguiram encontrar o condomínio.

De acordo com a Polícia, para escapar do cárcere privado a mulher conseguiu passar pelo basculante do banheiro onde estava trancada e caiu do 3º andar. A jovem foi socorrida com vida por moradores do prédio e levada por equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Ela apresentou fraturas nas pernas.

Mensagens desesperadas

As mensagens enviadas aos familiares mostram como a babá estava desesperada. “Oh meu Deus, chama a polícia. Eu estou sendo agredida aqui. Estou sendo agredida aqui, nega, no trabalho, no Imbuí. Chama a polícia, chama a polícia, por favor, por favor”, diz a vítima em um dos áudios.

Uma amiga da babá disse que ela foi agredida com tapas e com uma colher de pau. O advogado da vítima afirmou que conta com a ajuda de imagens de câmeras de segurança para provar que a mulher foi mantida em cárcere privado. “Essas imagens vão ajudar para que seja provado o que realmente aconteceu”.

O Sindicato das Domésticas afirmou que acionou a Superintendência Regional do Trabalho. “Não é permissível mais, em uma época dessa, acontecer essas violências. Têm aparecido muito, durante a pandemia, casos de trabalhadoras que são obrigadas a ficarem confinadas no local de trabalho”.

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