Saúde

Estudo mostra que eficácia de vacinas diminui com variante Delta

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Após três meses da aplicação da segunda dose, pesquisadores identificaram que eficácia das vacinas Pfizer e Astrazeneca caiu significativamente na proteção contra a variante Delta. Estudo avaliou mais de 3 milhões de amostras

(Imagem: Breno Esaki/Agência Saúde DF)

Um estudo feito pela Universidade de Oxford revelou que a eficácia das vacinas da Pfizer-BioNTech e da AstraZeneca contra a variante delta do coronavírus diminuiu após 90 dias da aplicação da segunda dose.

Após um período de três meses, os pesquisadores identificaram que a eficácia na prevenção de infecções da vacina da Pfizer caiu para 75% e a da AstraZeneca caiu 61%. Trata-se de uma redução dos índices de 85% e 68%, respectivamente, vistos duas semanas após a segunda dose.

Um estudo feito pela Universidade de Oxford revelou que a eficácia das vacinas da Pfizer-BioNTech e da AstraZeneca contra a variante delta do coronavírus diminuiu após 90 dias da aplicação da segunda dose.

Após um período de três meses, os pesquisadores identificaram que a eficácia na prevenção de infecções da vacina da Pfizer caiu para 75% e a da AstraZeneca caiu 61%. Trata-se de uma redução dos índices de 85% e 68%, respectivamente, vistos duas semanas após a segunda dose.

As descobertas de Oxford se alinham às análises feitas pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) e chegam no momento em que o governo norte-americano planeja disponibilizar doses de reforço de vacinas contra Covid-19 a partir do próximo mês. A entidade citou dados que indicam que a proteção das vacinas decai ao longo do tempo.

Israel já começou a administrar terceiras doses da vacina da Pfizer em julho para confrontar uma disparada de infecções locais impulsionadas pela Delta. Vários países europeus também devem começar a oferecer doses de reforço aos idosos e às pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos.

Variante Gama ainda predomina

A variante predominante no Brasil segue sendo a gama (P.1), originária do Amazonas. Não há dúvidas sobre o avanço da delta no Brasil, mas especialistas apontam que esses dados ainda precisam ser analisados com cautela. Apesar do número de casos estar subindo, ainda não há um surto da variante, como ocorreu em outros países.

“O que temos é a transmissão interna da delta, está tendo a expansão do número de casos, mas a predominância ainda é da variante gama”, explica Ricardo Khouri, pesquisador da Fiocruz e professor de imunologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). “É importante manter a vigilância [com a delta], mas não significa que a delta já se expandiu e tem uma predominância no nosso país”, continua.

Segundo o pesquisador, a gama é uma concorrente muito forte para a delta no Brasil. “Quando a P.1 [gama] surgiu, a P.2 [variante encontrada no Rio de Janeiro] já estava disseminando amplamente pelo país. A P.1, em pouco mais de três meses, foi capaz de sobrepor completamente a P.2 e ocupar o território nacional, apagando praticamente todo o sinal da P.2. No mesmo período que a gama começou a se distribuir pelo país, entrou a alfa. As duas tinham forças muito similares e a alfa não foi para lugar nenhum”, diz Khouri.

“Quando a P.1 [gama] surgiu, a P.2 [variante encontrada no Rio de Janeiro] já estava disseminando amplamente pelo país. A P.1, em pouco mais de três meses, foi capaz de sobrepor completamente a P.2 e ocupar o território nacional, apagando praticamente todo o sinal da P.2. No mesmo período que a gama começou a se distribuir pelo país, entrou a alfa. As duas tinham forças muito similares e a alfa não foi para lugar nenhum”, diz Khouri.

Para ele, é preciso levar em consideração alguns contextos do país antes de dar o protagonismo para a delta:

1. O Brasil teve uma transmissão da Covid-19 muito maior do que na Inglaterra, por exemplo. Isso reduz, de certa forma, o número de pessoas vulneráveis que pode ser infectada.

2. O cenário no Brasil é de alta transmissibilidade da gama, com evolução dessa variante com outras mutações.

3. A delta chega ao Brasil em um momento que mais de 50% da população já está vacinada com pelo menos uma dose.

“A delta é forte e está se expandindo pela capacidade de virulência que ela tem, mas ainda há dúvidas se ela vai conseguir impor a mesma quantidade de transmissão que ela impôs na Inglaterra, nos Estados Unidos. O Brasil já tem um contexto preocupante com a gama, que dominou todo o território nacional rapidamente”, explica Khouri.
Para Renato Kfouri, infectologista da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), a gama pode estar barrando essa alta performance da delta no Brasil.

“Nos outros países onde a delta está entrando e se tornando a protagonista, ela não encontrou concorrente à altura como o Brasil. Aqui ainda temos uma alta circulação da gama. O cenário é diferente, a concorrência ecológica é diferente e não sabemos se ela terá a mesma performance, mesmo desempenho que teve nos outros países”, explica Kfouri.

com Agência Reuters

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