Caso Henry Borel: 'Precisamos aceitar o que nos aconteceu como algo que faz parte da vida. Resultado de um mundo caído sem Deus'. Bilhetes ainda trazem desenhos coloridos e declarações de amor ao filho assassinado
Paolla Serra, Extra
Em cartas enviadas à família, Monique Medeiros da Costa e Silva garante que, “para termos edificação, devemos ter duas atitudes com respeito aos traumas do passado: aceitação e perdão”.
Nos escritos feitos na cela que ocupa desde o último dia 11 no Instituto Penal Oscar Stevenson, em Benfica, na Zona Oeste do Rio, a professora afirma ainda que “precisamos aceitar o que nos aconteceu como algo que faz parte da vida, resultado não da vontade de Deus, mas de um mundo caído sem Deus”.
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Ela está presa preventivamente desde 8 de abril e, assim como o ex-namorado, o médico e ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, é ré por tortura e homicídio qualificado contra seu filho, Henry Borel Medeiros, e pelos crimes de coação no curso do processo, fraude processual e falsidade ideológica.
Nas cartas, que têm como destinatários principais sua mãe, a também professora Rosângela Medeiros da Costa e Silva, e seu irmão, Bryan Medeiros da Costa e Silva, Monique diz: “Devemos aceitar que coisas ruins aconteçam às pessoas boas”.
“Abençoar a quem julgamos que não mereça é entender profundamente o que significa o favor que não merecemos, chamado graça. Você só conseguirá perseverar abençoando quem te maltrata, se seus olhos estiverem focados no céu”, afirma em outro trecho.
Os bilhetes, aos quais O Globo teve acesso, ainda trazem desenhos coloridos e declarações de amor a Henry, em frases como “Henry, amo você para sempre” e “Deus sabe quem eu sou. E meu filho também sempre soube”.
Monique ainda escreve aos parentes: “Estamos separados momentaneamente por muros, em breve juntos. Para todo e sempre”.
Durante as investigações do caso, na 16.ª DP (Barra da Tijuca), Monique afirmou em depoimento ao delegado Henrique Damasceno, que, ao chegar no quarto onde Henry dormia, no condomínio Majestic, no Cidade Jardim, durante a madrugada de 8 de março, o encontrou no chão e com mãos e pés gelados e olhos arregalados. Ela disse acreditar que o menino possa ter acordado, ficado em pé sobre a cama, se desequilibrado ou até tropeçado no encosto da poltrona e caído.
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O laudo de necropsia apontou hemorragia interna e laceração hepática, provocada por ação contundente, e que o corpo da criança apresentava equimoses, hematomas, edemas e contusões.
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