Mobilidade Urbana

Mulheres causam menos de 10% dos acidentes de trânsito em SP

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Condutoras do sexo feminino representam 40% dos motoristas de São Paulo, mas apenas 6,3% dos acidentes de trânsito são causados por mulheres. Números desmentem a velha e preconceituosa frase de que "mulher ao volante é um perigo constante"

(Imagem: Paulo Pinto | Fotos Públicas)

Pauline Machado, Portal do trânsito

Dados do Infosiga SP apontam que somente 6,3% dos casos de acidentes registrados entre janeiro e agosto de 2020, envolveram mulheres na direção – um percentual 16 vezes menor do que o número de acidentes com homens ao volante. O levantamento identificou ainda, que as condutoras do sexo feminino representam 40% dos motoristas de todo o Estado, um total aproximado de 26 milhões de condutores.

A conduta das mulheres ao volante também ficou evidente dentre os condutores com habilitações suspensas. Das 91,5 mil CNHs suspensas no primeiro trimestre deste ano no estado de São Paulo, apenas 26% pertencem às mulheres.

A mesma tendência se confirma em relação ao número de acidentes com vítimas fatais. Nos oito meses deste ano, as mulheres responderam por apenas 15,5% do total, frente a 84,5% de homens.
Outro dado importante é que na maioria dos casos fatais registrados, as mulheres não estavam na direção do veículo: 39,4% eram passageiras e 31,9% pedestres.

A coordenadora do Programa Respeito à Vida, do Governo do Estado, Silvia Lisboa, ressalta que, ao analisar as estatísticas das condutoras dos veículos que faleceram em acidentes, o índice de fatalidade é 16 vezes menor do que o número de ocorrências com homens ao volante.

É importante reforçar para que os condutores respeitem sempre os limites de velocidade. Também mantenham a manutenção do veículo em dia e dirijam com prudência no trânsito. Vale lembrar também, que o Detran.SP e o programa Respeito à Vida seguem investindo em ações e campanhas educativas para todos os motoristas, independentemente de gênero”, informa.

Lisboa acrescenta ainda, que estudos realizados por seguradoras de veículos também comprovam que o índice de sinistralidade das mulheres é bem menor, quando comparado aos índices medidos para os condutores do sexo masculino. “Além disso, quando há colisão, a severidade é menor no perfil feminino”, completa.

Programa Respeito à Vida

Programa da Secretaria de Governo do Estado de São Paulo e coordenado pelo Detran/SP, o Respeito à Vida, atua como articulador de ações com foco na redução de acidentes de trânsito.

Além da Secretaria de Governo, o programa envolve também as secretarias de Comunicação, Educação, Segurança Pública, Saúde, Logística e Transportes, Transportes Metropolitanos, Desenvolvimento Regional, Desenvolvimento Econômico e Direitos da Pessoa com Deficiência.

O programa mobiliza a sociedade civil por meio de parcerias com empresas e associações do setor privado, além de entidades do terceiro setor. Em outra frente, promove convênios com municípios para a realização de intervenções de engenharia e ações de educação e fiscalização.

Atualmente, 304 cidades são parceiras do programa e R$ 190 milhões em recursos provenientes de multas do Detran/SP beneficiam 96% da população.

Outros índices

Ao realizar recentemente uma pesquisa bibliográfica fundamentada na legislação de trânsito e na coleta de dados por meio de questionário, com análise qualitativa dos resultados no que diz respeito ao curso de reciclagem para condutor infrator, a especialista em trânsito e docente dos Cursos de Formação de Profissionais em Instituições de Ensino Superior conveniadas pelo DETRAN/RS, entre elas o SENAC, Claudia Rübenich, também enfatiza que, da amostra recebida, 62,5% eram homens e 37,5% mulheres, sendo que dos homens, 25% tinham entre 18 e 25 anos e 12,5% tinham entre 56 e 65 anos. Das mulheres, 37,5% tinham entre 36 e 45 anos e 25% entre 46 e 55 anos.

Dentre todos os condutores infratores realizando curso de reciclagem, percebe-se que no item infrações, mulheres infringem e se acidentam menos que os homens. No entanto, independentemente disto, precisamos ser conscientes de o comportamento de homens e mulheres na condução de veículos, ainda está longe de melhorar sensivelmente nossos dados estatísticos de acidentes e mortos no trânsito. Homens devem ser mais cuidadosos, menos afoitos, se arriscar menos em manobras perigosas. Mulheres devem ter mais confiança. Ambos devem ter como atitude principal o respeito à vida, sua e dos demais envolvidos no contexto trânsito. É comportamental.”, avalia e finaliza a especialista.

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