Cinegrafista é agredido em ato bolsonarista e repórter foi hostilizado e precisou ser escoltado. Um dos manifestantes ameaçou dar um tiro na equipe. A CNN em espanhol tem sua programação transmitida nos Estados Unidos e na América Latina
Saulo Pereira Guimarães, Uol
O repórter Marcos Moreno foi hostilizado neste dia 7 de setembro quando cobria os protestos a favor de Jair Bolsonaro (sem partido) na avenida Paulista, em São Paulo. Correspondente do canal de TV a cabo CNN em espanhol, ele precisou ser escoltado por quatro policiais militares para sair em segurança da manifestação.
Em imagens registradas pelo próprio repórter, o jornalista aparece cercado por manifestantes que lhe chamam de “lixo” e gritam a palavra “acabou”.
Moreno relata que o vídeo foi gravado por volta de 16h, na altura da rua Bela Cintra.
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“Estamos bem. Só tristes pelos ataques a imprensa e à democracia no Brasil“, escreveu Moreno ao publicar a gravação no Twitter.
O jornalista conta que trabalhava na região desde as 8h, fazendo entradas ao vivo para o canal. “Os primeiros insultos vieram logo na primeira hora“, afirma. “O cinegrafista e o produtor que estava comigo foram empurrados e um dos manifestantes ameaçou nos dar um tiro“, diz.
Após ser cercado por manifestantes no fim da tarde, Moreno e sua equipe tiveram que ser escoltados pela polícia até o hotel em que estão hospedados. “Se os policiais não tivessem nos ajudado a sair, talvez as coisas ficassem difíceis para nós“, afirma Moreno, que nasceu na Espanha e mora no Rio.
A CNN em espanhol tem sua programação transmitida nos Estados Unidos e equipes independentes da CNN Brasil, franquia da empresa norte-americana em operação no país desde 15 de março de 2020.
Ontem (7), bolsonaristas foram às ruas em Brasília e nas capitais dos 26 estados brasileiros. De acordo com a Secretaria de Segurança de São Paulo, a manifestação reuniu 125 mil pessoas na avenida Paulista. A quatro quilômetros dali, outro protesto com manifestantes críticos do governo teve 15 mil participantes.
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Em suas falas, Bolsonaro declarou abertamente que não respeitará “qualquer decisão” do ministro Alexandre de Moraes, a quem chamou de “canalha”, e incitou seus apoiadores contra o Supremo Tribunal Federal. Além disso, ele também voltou a mentir sobre o voto eletrônico e o sistema eleitoral.
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