Bolsonaro minimiza a força eleitoral de Lula e diz que "será um prazer" debater com o ex-presidente na campanha de 2022. "Ele tem voto, mas não é isso tudo. Ele não consegue andar em lugar nenhum do Brasil sem ser escrachado"
Getulio Xavier, CartaExpressa
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) admitiu na noite desta segunda-feira (27) que, caso se confirme um segundo turno contra Lula (PT) em 2022, ele irá ao debate ‘com prazer’. A postura difere da que teve em 2018, quando não participou dos tradicionais debates entre os presidenciáveis.
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“Se tiver debate e eu vier a ser candidato, vai ser um prazer debater com ele”, afirmou ao ser questionado por jornalistas da rádio Jovem Pan.
Na conversa, o ex-capitão ainda admitiu que Lula ‘tem votos’ e provavelmente será o nome que irá enfrentar no segundo turno. Bolsonaro, no entanto, minimizou a ampla vantagem de Lula apresentada em diversas pesquisas eleitorais.
“Lula tem voto, não é que não tem voto. Mas não é isso que estão botando aí”, disse.
As mais recentes pesquisas apontam o ex-presidente com chances de vencer o pleito de 2022 já no primeiro turno.
Ao ser questionado sobre esse possível resultado, Bolsonaro disse não acreditar na popularidade do petista: “Ele não consegue tomar uma Itubaína na esquina em qualquer lugar que vai ser escrachado. Ele não consegue andar por lugar nenhum do Brasil”.
Na entrevista, Bolsonaro tratou ainda do relatório da CPI da Covid que deve apontar diversos crimes cometidos por ele e por aliados durante a pandemia. Para ele, o documento será arquivado pelo procurador-geral da República Augusto Aras por ‘não ter credibilidade’.
“Vem pesado o relatório, mas não posso admitir certas acusações. Vai passar pelo Ministério Público, acho que a tendência é arquivar”, avaliou. “Isso [CPI] é um circo, não interfiro nas decisões do Augusto Aras, mas ele sabe o que está acontecendo. O [Omar] Aziz, o Renan [Calheiros] e o Randolfe [Rodrigues] são pessoas que não têm credibilidade nenhuma”, acrescentou ao ataque contra a comissão.
O ex-capitão tentou se eximir ainda da responsabilidade pela alta de preço do gás e dos combustíveis, novamente apontando a pandemia como principal fator a prejudicar a economia. Assim como fez no cercadinho aos apoiadores, repetiu também as afirmações de que não poderia ‘interferir’ nas políticas de preços.
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