Rio de Janeiro: Polícia prende homem acusado de estuprar criança de 12 anos e encontra museu de adoração ao nazismo em sua casa. Investigação apurou que Aylton Proença Doyle tentou agarrar outras crianças no condomínio
Paolla Serra, Extra
Policiais da 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes) prenderam nesta terça-feira (5), um homem acusado de abusar sexualmente de um menino de 12 anos. Ao chegar na residência de Aylton Proença Doyle Linhares, em Vargem Grande, na Zona Oeste do Rio, os agentes se depararam com um vasto material nazista, como bandeiras, uniformes, carteira de partido nazista com a foto dele, além de armas e munição.
O caso começou após um vizinho do condomínio onde Doyle mora denunciá-lo à polícia por ter importunado seu filho, de 12 anos. A partir do registro, policiais da 42ª DP apuraram que o suspeito tentava agarrar crianças dentro do condomínio. Com base nessas informações, os delegados Luiz Mauricio Armond, titular da distrital, e Talita Carvalho, assistente na 42ª DP, obtiveram da Justiça um mandado de prisão temporária contra Doyle por tentativa de estupro e um mandado de busca e apreensão, ambos cumpridos nesta terça-feira (5).
Leia também: Os trechos do “Mein Kampf” que derrubam o mito do “nazismo ser de esquerda”
Na casa, havia pelo menos 12 fardas nazistas originais, inclusive da SS — a Schutzstaffel, ou Tropa de Proteção, organização paramilitar ligada ao Partido Nazista — nove armas, entre pistolas, revólveres e fuzis, bandeiras nazistas, um quadro de Adolf Hitler, memorabilia nazista e um documento da SS com a foto de Doyle vestido com uma farda da SS e a “patente” de obergruppenführer (o equivalente, na SS, ao posto de general).
Em virtude das armas e do material encontrados na casa, Doyle também será autuado em flagrante por porte ilegal de arma e discriminação racial.
A presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Câmara de Vereadores do Rio, Teresa Bergher, vai acompanhar as investigações do caso. Ela acredita que Aylson Doyle pertença a um grupo neonazista.
“Ele mantém praticamente um museu de adoração ao nazismo. É evidente que ele não age sozinho. Como arrumou todos estes objetos? Qual a atuação dele, além de colecionar esse material proibido? Queremos respostas e vamos exigir uma investigação rigorosa. Tempos terríveis estes, que vemos o crescimento do preconceito, do discurso do ódio e dos grupos neonazistas”, lamentou Teresa, que é membro da comunidade judaica.
Siga-nos no Instagram | Twitter | Facebook