Direita

Estudante é investigada após usar foto de Hitler em bolo de aniversário no RS

Share

Aluna do curso de História da UFPel comemorou aniversário com foto de Adolf Hitler no bolo. Pena para o crime de apologia ao nazismo é de reclusão de dois a cinco anos

Imagens: reprodução

A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) encaminhou à polícia, este fim de semana, o caso da estudante do curso de história, que comemorou o aniversário de 24 anos com a imagem de Adolf Hitler no bolo. As fotos foram compartilhadas pela estudante, Caroline Gutknecht, e geraram revolta na internet.

Em nota, a UFPel afirma: “uma universidade precisa ser um espaço de apoio a todas as pessoas, garantindo direitos, valorizando a vida”, repudiando o ato da aluna. A assessoria da reitora Isabela Andrade reiterou que a universidade repudia qualquer apologia ao nazismo ou outra forma de discriminação e ressaltou que o fato não ocorreu dentro das dependências da universidade e nem em qualquer atividade acadêmica, portanto, foi encaminhado imediatamente à autoridade policial para as providências adequadas.

O delegado regional da Polícia Civil, Márcio Steffens, afirmou que um inquérito policial foi instaurado para apurar as informações. As primeiras testemunhas já foram ouvidas e a investigação ainda tenta elucidar as circunstâncias que a comemoração de aniversário foi realizada.

“Ainda estamos buscando entender melhor os fatos, ouvir mais testemunhas e depois vamos conversar com a jovem. Não é o momento de a polícia tirar qualquer conclusão antes de entender mais a situação”, afirmou o delegado Steffens.

Além de familiares, também serão ouvidos colegas e professores da jovem. A Polícia Civil também busca entender quem teria produzido o bolo e se essa pessoa saberia a dimensão de homenagear Adolf Hitler. A pena para o crime de apologia ao nazismo é de reclusão de dois a cinco anos.

Leia também: Adolf Hitler e a teoria conspiratória bolsonarista do marxismo cultural

O inquérito deve ser finalizado em 30 dias, mas a expectativa é que na próxima semana já se tenha novidades em relação ao fato. A possibilidade de que a jovem tenha alguma transtorno mental não é descartada pela Polícia. O fato não foi confirmado pela UFPel.

O crime de apologia ao nazismo é enquadrado no artigo 20 da lei 7.716 de 1989, que prevê pena de dois a cinco anos de reclusão para quem fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas ou qualquer outro tipo de propaganda que utilizem a cruz suástica para divulgar o regime de Adolf Hitler.

Leia a íntegra da nota da UFPel:

“Uma universidade precisa ser um espaço de apoio a todas as pessoas, garantindo direitos, valorizando a vida. A UFPel é contra qualquer forma de enaltecimento ao nazismo, ao fascismo e a autores de crimes contra a Humanidade. Em dias tão tristes como os que estamos vivendo, de pandemia, de afastamento e de crise de valores, precisamos cuidar de nós, cuidar das pessoas à nossa volta, assim como daqueles e daquelas que necessitam do nosso apoio.

Nesse sentido, a UFPel está acompanhando e averiguando os fatos ocorridos recentemente com a cautela necessária, também para que não aconteçam atos injustos, devido a análises intempestivas de nossa parte.

A assessoria da reitora Isabela Andrade também reitera que, concretamente, “repudiamos qualquer apologia ao nazismo ou qualquer outra forma de discriminação. Além disso, tendo em vista que o fato não ocorreu nas dependências da universidade e nem em qualquer atividade acadêmica, ao recebermos a notícia dos fatos, encaminhamos imediatamente à autoridade policial para as providências adequadas”.

Siga-nos no InstagramTwitter | Facebook