Evangélica pede para vizinha não andar de sutiã em casa
"Somos evangélicos e meu marido fica em casa em home office. Tenha decência". Mulher encontrou o bilhete na caixa de cartas quando ia levar o filho à escola
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A confeiteira Juliana Kulpa, de 25 anos, moradora de um edifício em Osasco, na Grande São Paulo, recebeu um bilhete de uma vizinha pedindo que ela parasse de andar pela seu próprio apartamento usando apenas sutiã: “Somos evangélicos e meu marido fica em casa em home office. Tenha decência“. Desde que divulgou o ocorrido nas redes sociais, há 20 dias, o caso tem gerado debate e indignação.
A confeiteira vive há oito anos no mesmo prédio, mas trocou de apartamento dentro do mesmo edifício há dois meses. Ela encontrou o bilhete na caixa de cartas quando ia levar o filho à escola. “A primeira reação foi um susto, porque a pessoa não se identificou. Fiquei assustada com isso“, contou ao portal Uol.
Ela acredita que a vizinha a viu usando um shorts e top de academia, porque não tem o costume de andar de sutiã. “Eu imagino que tenha sido no dia que eu fui fazer uma caminhada e, em seguida, fiz uma faxina“, diz.
A jovem ainda não sabe quem é a autora, porém acredita ser de outro edifício. “Até hoje, a pessoa não se identificou. Eu não imagino quem seja, porque as janelas da minha lavanderia e do meu quarto dão para a frente do outro prédio; mas ‘é muito apartamento’. Não dá para saber quem é. Com certeza é alguém do outro prédio, porque daqui não tem como ninguém me ver.”
Juliana encaminhou o caso para as síndicas dos condomínios vizinhos. A responsável pelo prédio em que vive afirmou que não havia o que fazer. “Ela deu muita risada. Disse que estava passada com a situação, mas que não poderia fazer nada porque a pessoa não havia se identificado“. A outra recomendou que ela seguisse sua vida normalmente.
A confeiteira compartilhou o caso em um grupo de Facebook e a história se espalhou.
“99,9% das mensagens são de apoio. A única coisa que me incomodou um pouco é que muita gente perguntou sobre o que o meu marido achava disso. Eu tentava responder: ‘Meu marido não acha nada, o corpo é meu. Quem está expondo o corpo sou eu. Ele não tem nada a ver‘.”
Desde então, não recebeu mais nenhuma mensagem do tipo. “Voltei a usar top, cropped; não fiquei nem um pouco desconfortável, pelo contrário. Estou dentro da minha casa. Vou e pretendo continuar usando“.