Atingida por quarta onda da Covid, Alemanha anuncia restrições para pessoas não vacinadas. É a primeira vez que o país ultrapassa a marca de 50 mil novos casos em um único dia. “A pandemia volta a alastrar-se e o aumento de infecções é dramático”, lamentou Angela Merkel
A Europa vive novamente um momento de forte preocupação com a covid-19, com o aumento do número de casos de infecções. Até o momento, a situação mais dramática acontece na Alemanha.
Apenas na última quinta-feira (11), 50.196 novos casos foram diagnosticados no país europeu — um recorde absoluto. Na quarta-feira (10) já haviam sido 40 mil novos casos. O recorde anterior tinha sido de 45.333 novas infecções registradas em 7 de janeiro.
O Instituto de Vigilância Sanitária Robert Koch também registrou 235 mortes nas últimas 24 horas, patamar ainda muito abaixo do recorde de 1.734 vítimas do vírus, atingido em 19 de janeiro.
Apesar do elevado número de infecções, as mortes reduzidas se explicam por conta da vacinação — 69% dos alemães receberam ao menos uma dose e 66% estão completamente imunizados.
Mesmo assim, a chanceler Angela Merkel disse na quarta-feira (10) que o aumento nas infecções no país é “dramático”. “A pandemia volta a alastrar-se de forma espetacular”, lamentou o seu porta-voz.
Ele pediu às autoridades regionais que tomem novas medidas para conter a proliferação do vírus. Na Alemanha, os governos locais são os responsáveis adotar restrições.
Vários estados que estão sendo bastante afetados pela nova onda de contágios, como Saxônia, Baviera e recentemente Berlim, introduziram novas restrições para pessoas não vacinadas.
Na capital Berlim, os não vacinados não terão acesso a restaurantes sem espaços a céu aberto, bares, ginásios ou cabeleireiros, nem mesmo se apresentarem um teste negativo de Covid-19.
“Temos uma emergência real agora”, disse nesta quarta Christian Drosten, diretor de virologia do hospital Charite, de Berlim. “Precisamos fazer alguma coisa rapidamente”.
Mesmo com a vacinação alcançado quase 70% da população, cerca de 16 milhões de residentes com mais de 12 anos de idade ainda não receberam as duas doses da vacina – não faltam casos também de pessoas que se recusam a receber o imunizante. O governo alemão vem dizendo que dificilmente conseguirá convencer essas pessoas a mudar de ideia.
Em outros países europeus, como a Hungria e Eslováquia, os casos também têm se multiplicado, com mais de 7.000 novos registros diários. Nesta quarta, foram detectados 8.434 casos na Hungria, o maior número desde abril e o dobro da semana passada.
Nos últimos dias, a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou que a Europa está novamente no epicentro da pandemia.