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Ciro Gomes ameaça abandonar candidatura após PDT ajudar Bolsonaro

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PEC dos Precatórios: Ciro Gomes ameaça abandonar campanha caso PDT não mude posição. Partido foi determinante para aprovar medida que ajuda Jair Bolsonaro eleitoralmente

Ciro Ferreira Gomes

RBA

O presidenciável Ciro Gomes suspendeu sua pré-candidatura a presidente da República, nesta quinta-feira (4), após o PDT votar favorável à PEC dos Precatórios, na madrugada de hoje. O anúncio foi feito por meio das redes sociais do pedetista.

Ciro demonstrou surpresa com a postura de seu partido na votação da Câmara e anunciou a suspensão da candidatura até o segundo turno da votação da PEC. “A mim só me resta um caminho: deixar a minha pré-candidatura em suspenso até que a bancada do meu partido reavalie sua posição. Temos um instrumento definitivo nas mãos, que é a votação em segundo turno, para reverter a decisão e voltarmos ao rumo certo”, publicou.

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A PEC dos Precatórios libera R$ 90 bilhões para Jair Bolsonaro gastar em ano eleitoral. A proposta limita o valor de despesas anuais com precatórios, corrige seus valores exclusivamente pela Taxa Selic e muda a forma de calcular o teto de gastos. O texto obteve 312 votos favoráveis e 144 contrários.

Não podemos compactuar com a farsa e os erros bolsonaristas. Justiça social e defesa dos mais pobres não podem ser confundidas com corrupção, clientelismo grosseiro, erros administrativos graves, desvios de verbas, calotes, quebra de contratos e com abalos ao arcabouço constitucional”, acrescentou Ciro, criticando a postura dos deputados do PDT.

PDT e a PEC dos Precatórios

A PEC dos Precatórios viabiliza o lançamento do programa Auxílio Brasil de R$ 400, com o qual o governo Bolsonaro pretende substituir o Bolsa Família. Mas o texto precisa passar ainda por um segundo turno de votação na Câmara antes de ir para o Senado. Deputados da base bolsonarista e do Centrão exigiram mais recursos em emendas para garantir o quórum.

Dos 21 votos que o PDT tem na Câmara dos Deputados, 15 foram favoráveis à PEC dos Precatórios, que beneficia o governo Bolsonaro. A proposta foi aprovada por 312 votos e, para sua aprovação, seriam necessários 308 votos.

Nas redes, o partido foi bastante criticado pela ala da oposição. “Em 2018, três dos quatro candidatos do PDT a governador que foram para o 2° turno declararam voto em Bolsonaro. Hoje, o partido assinou um cheque de R$ 90 bi para viabilizar sua reeleição. Não sei se tem conserto. Estrago monumental”, tuitou o ex-prefeito Fernando Haddad (PT).

De acordo com o texto aprovado, que vem sendo chamado de ‘PEC do calote dos precatórios’, os precatórios para o pagamento de dívidas da União relativas ao antigo Fundef deverão ser pagos com prioridade em três anos: 40% no primeiro ano e 30% em cada um dos dois anos seguintes. Essa prioridade não valerá apenas contra os pagamentos para idosos, pessoas com deficiência e portadores de doença grave.

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