Comandante do Exército autoriza filha de Bolsonaro a burlar matrícula em colégio militar
Após pedido do presidente, Exército confirma que filha de Jair Bolsonaro estudará em colégio militar sem passar por processo seletivo
A filha do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Laura Bolsonaro, vai estudar no Colégio Militar de Brasília a partir de 2022. Ela foi aprovada sem passar por um processo seletivo, após pedido feito pelo pai. A informação foi confirmada ao g1 pelo Exército.
Bolsonaro já havia comentado com apoiadores que Laura deveria frequentar a escola a partir do próximo ano. “A minha [filha] deve ir ano que vem para lá [Colégio Militar], a imprensa já tá batendo. Eu tenho direito por lei, até por questão de segurança”, alegou.
O colégio permite que frequentem a escola dependentes de militar em situações específicas, como quando são transferidos de estado, designados para missão no exterior, e outras. O público em geral também pode frequentar a escola, mas, para isso, é preciso que passem por um processo seletivo.
Segundo a escola, a cada ano, cerca de 22 mil candidatos tentam entrar no Colégio Militar de Brasília. O processo de seleção tem três etapas:
↗ Exame intelectual
↗ Revisão médica
↗ Comprovação dos requisitos biográficos (documentação necessária)
De acordo com informações do portal g1, em 2022, Laura estará no 6º ano do ensino fundamental, série para a qual há 15 vagas no Colégio Militar de Brasília. A mensalidade custa entre R$ 250 e R$ 278.
Segundo Exército, a decisão de conceder a vaga para Laura Bolsonaro sem o processo seletivo foi do comandante da Força, general Paulo Sérgio Nogueira – indicado ao cargo pelo presidente Jair Bolsonaro. Ele explicou que aceitou a “solicitação de matrícula em caráter excepcional”.
Ao G1, o Exército afirmou que cabe ao “Comandante do Exército apreciar casos considerados especiais, ouvido o Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx), conforme justificativa apresentada pelo eventual interessado”.
“O DECEx apresentou parecer favorável à solicitação de matrícula. Posteriormente, o caso foi submetido ao Gabinete do Comandante do Exército para análise. Cumpridas as etapas anteriormente descritas, o processo foi levado ao Comandante do Exército, que emitiu despacho decisório deferindo a solicitação de matrícula em caráter excepcional“, explicou a instituição em nota.