Mensagem postada pela filha recebeu apoio e comoção de centenas de pessoas nas redes. Uma delas chegou a pedir paciência para a jovem, ao afirmar que 'a justiça será feita'
Suspeita de ser uma das mandantes da morte do pai, Dayane Claudino Miranda Marcos postou uma mensagem de luto nas redes sociais para Paulo Sergio de Freitas Miranda, 57 anos.
Três dias após a morte do produtor rural, a filha fez uma montagem com fotos do pai em uma mensagem de luto no Facebook e escreveu “que Deus te dê o descanso eterno”.
A publicação, que gerou mais de 400 comentários, foi feita em 26 de setembro. Na ocasião, amigos de Dayane chegaram a escrever palavras de conforto
“Luto pai! Quero lembrar de vc assim, que Deus te dê o descanso eterno”,
Em uma das reações ao post, uma pessoa pediu calma e emendou que “a justiça do homem falha, mas a de Deus nunca”.
Dayane foi presa na última quinta-feira (18), dias após o marido, Tiago da Rosa Marcos, que foi preso no dia 20 de outubro.
Após a prisão de Dayane, os comentários que antes eram de lamento passaram a ser de indignação. “As aparências enganam”, diz outra reação ao post.
“Inteligente, linda… e agora cúmplice de um assassinato”, escreveu uma das pessoas. Outra internauta demonstra indignação pelo crime. “Que nojo! Como tem coragem?”, questiona.
Dayane e o marido, Tiago da Rosa Marcos, são os suspeitos do crime.
Segundo o G1, de acordo com investigações da polícia, os dois estariam com problemas financeiros e estavam de olho na herança, que a motivação do crime foi por ganância.
A investigação concluiu que o crime foi planejado pelo casal, sendo que o primo de Tiago, genro da vítima, teria envolvimento e foi o responsável por procurar e contratar os dois pistoleiros paranaenses, oferecendo o valor de R$ 20 mil para cada um pelo crime.
O “trabalho” era matar Paulo e a esposa e, inicialmente, o combinado era para que os assassinatos ocorressem em 21 de setembro. O piloto de fuga seria o próprio primo, quem trouxe os criminosos até a cidade de Naviraí no dia 21. Eles, porém, precisaram adiar a data do ataque e contratar um comparsa adicional, porque o veículo do primo acabou preso pela PRF na BR-163, então, eles precisariam de um novo carro para fuga.
Ao novo integrante foi oferecida a quantia de R$ 5 mil para atuar como piloto de fuga. O piloto estava em um Astra e deveria ficar esperando os atiradores no Bairro Jardim Paraíso em Naviraí.
Câmeras de segurança chegaram a registrar os atiradores chegando à fazenda de Paulo às 14h08 do dia 23, e a movimentação atrás das máquinas onde ocorreram os disparos e Paulo foi assassinado. Veja vídeo abaixo:
A defesa da advogada Dayane, presa preventivamente por mandar matar o próprio pai, entrou com pedido de prisão domiciliar, na terça-feira (23). Dayane pede a alteração da prisão preventiva para cuidar dos filhos do casal.
Conforme Flávio Módena Carlos, o advogado da ré, o pedido tem como base o artigo 318 do Centro de Progressão Penitenciária (CPP).
“Nós fizemos o pedido, pois ela tem dois filhos de diminuta idade, 4 e 6 anos, se eu não me engano. Tem uma lei de 2016 [13.257/2016] que permite que a mãe, entre a necessidade da prisão processual cautelar e o interesse das crianças, prevalece o último. Sobretudo, quando o marido, o pai das crianças está detido. Então, esse é o pedido da defesa nesse primeiro momento, uma conversão da prisão processual, que é a preventiva, em domiciliar, ainda que com tornozeleira. Ainda não há um posicionamento judicial sobre esse pedido”, afirma o advogado.
O crime
O homicídio aconteceu em Naviraí, a 342 km de Campo Grande, interior de Mato Grosso do Sul. Segundo as investigações da Polícia Civil, Paulo Sergio de Freitas Miranda, de 57 anos, teve a morte encomendada por Dayane e Tiago, que estariam com problemas financeiros e desejavam receber a herança da família.
Além de Paulo, a esposa dele e mãe da suspeita de ser mandante, também seria alvo do crime.
Segundo outra filha da vítima, Nathaliê Claudino Miranda, 21 anos, a irmã estava afastada dos pais, desde agosto de 2020, devido a problemas familiares.
“A gente já imaginava que fosse o marido da minha irmã, mas não imaginava que ela tivesse envolvimento. Só que conforme tudo foi acontecendo, quando eles chegaram no hospital, sabe quando você vai sentindo as pessoas? Eu fui observando muito minha irmã e ficamos desconfiados. E quando o marido dela foi preso, a gente achou que ela teria outra postura, mas ela continuava do lado dele”, explica Nathaliê.
A família morava anteriormente em Guaíra, no estado do Paraná, onde a irmã continuava residindo, mas há 5 anos decidiram se mudar para Naviraí, no interior de Mato Grosso do Sul.
Com G1 e Metrópoles
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