Redação Pragmatismo
Polícia Militar 10/Nov/2021 às 20:17 COMENTÁRIOS
Polícia Militar

MP vai investigar PMs que agrediram mulher com bebê no colo

Publicado em 10 Nov, 2021 às 20h17

Mulher foi agredida na frente dos dois filhos e um dos PMs chega a colocar o joelho no pescoço da vítima, lembrando o golpe que matou George Floyd nos EUA. Ministério Público vai apurar a conduta dos policiais que aparecem no vídeo

MP investigar PMs agrediram mulher bebê colo
Imagem: reprodução

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) vai investigar a conduta dos policiais militares que imobilizaram, com violência, uma mulher com uma criança no colo. O caso aconteceu na ultima sexta-feira, 5, em Itabira (MG), e repercutiu nas redes sociais.

O Procurador-Geral de Justiça Jarbas Soares Junior disse em uma publicação nas redes sociais que o MP tem “o dever funcional de apurar” as atitudes. Pelo Twitter, ele garantiu que será instaurado um PIC (Procedimento Investigatório Criminal).

Em outra publicação, ele ressaltou a versão da PM de Minas, que informou que a ação foi parte de uma prisão em flagrante por porte ilegal de arma. Explicou, também, que a polícia mineira abriu um procedimento administrativo para apurar o caso.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Itabira publicou nota afirmando “preocupação” com a abordagem policial usada contra a mulher, e que a Diretoria e a Comissão de Direitos Humanos já estão acompanhando o caso.

Operações de enfrentamento ao crime são necessárias, mas devem ser feitas com inteligência, prudência e planejamento. Salientamos que o norte permanente da atuação das forças de segurança deve ser a preservação de vidas, inclusive a dos próprios policiais“, diz a instituição.

O prefeito de Itabira, Marco Antônio Lage (PSB), também se manifestou nas redes sociais. Ele afirmou que a ação dos PMs precisa ser apurada “com rapidez e rigor”.

O caso

Nas imagens, é possível ver o momento no qual a jovem mulher, de 18 anos, que estava acompanhada de um outro menino, foi derrubada. Já no chão, e ainda carregando o bebê, um dos policiais a pressionaram contra o solo usando o joelho sobre o pescoço.

A mulher é mãe das duas crianças que aparecem no vídeo. O filho mais velho tenta defender a mãe durante a abordagem, mas é impedido por um dos PMs.

A ação aconteceu na avenida João Pinheiro, no centro da cidade. As imagens exibem o horário de 18h46 como sendo do início da abordagem.

Nas redes sociais, muitas pessoas associaram as imagens ao caso de George Floyd, nos Estados Unidos, morto após ser imobilizado de forma semelhante pela polícia.

Ao Uol, o tenente-coronel Santiago, porta-voz da corporação, disse que um homem, de 25 anos, que acompanhava a mulher tem anotações criminais por lesão corporal. Em nota, a Polícia Militar disse que a criança não sofreu nenhuma lesão. De acordo com a PM, o casal foi preso por porte ilegal de arma de fogo e munições, e que o homem estava com quatro munições de calibre .32.

Segundo eles, a mulher teria se agarrado à criança “para impedir a apreensão da arma de fogo que estava consigo“.

A Polícia informou ainda que “após o pagamento da fiança, no valor de um salário mínimo, [o suspeito] foi liberado em cumprimento à Lei. Em relação à mulher conduzida por resistência durante a abordagem policial, ela foi liberada pela polícia judiciária. A investigação criminal segue em tramitação na Polícia Civil para apurar todas circunstâncias do ocorrido que possam caracterizar crimes previstos na legislação penal“.

Nota da Polícia Militar na íntegra

A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) esclarece que no início da noite dessa sexta-feira (05/11/21), na cidade de Itabira, região Central de Minas, realizou a prisão em flagrante de um casal por porte ilegal de arma de fogo e munições.

Durante a abordagem foram apreendidas quatro munições calibre .32 com o homem. Para impedir a apreensão da arma de fogo que estava consigo, a mulher se agarrou a uma criança, usando-a como escudo humano e se recusando a largá-la.

Além da arma de fogo e das munições, uma touca ninja também foi apreendida com o casal.

Sobre a atuação policial, a PMMG esclarece ainda que os fatos serão apurados pela instituição em procedimento administrativo.

Com Uol e G1

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