A vítima e Jonatha de Amorim
Mulher chegou a pedir para o homem usar a arma de fogo, pois não suportava mais a sessão de espancamento. Ele respondeu que não usaria, porque ela ia morrer muito rápido. Vítima e agressor são empresários, têm duas filhas e são casados há 19 anos
Uma mulher foi espancada, na madrugada de domingo (21), pelo marido, depois de flagrá-lo beijando uma suposta amiga num restaurante no bairro Imbuí, em Salvador, na Bahia.
A vítima, Arieli de Almeida Rocha, de 36 anos, e o companheiro, Jonatha de Amorim Souza, também de 36, saíram na noite de sábado (20) com uma amiga do agressor. De acordo com ele, a mulher havia sido traída e terminado um relacionamento, e estava precisando de apoio. Os três foram para um bar no bairro Rio Vermelho e, de lá, seguiram para um restaurante mexicano.
No local, Arieli foi ao banheiro e, quando retornou, flagrou os dois aos beijos. A discussão começou ainda no estabelecimento, e eles acabaram expulsos do restaurante pelos seguranças. O casal estava de carona com a mulher. Como tinham ingerido bebidas alcoólicas, a mulher levou Arieli e Jonatha para casa.
Chegando ao prédio, subiu com os dois para tentar apaziguar a situação. Entretanto, a discussão se acalorou e as agressões começaram. Nesse momento, a amiga foi embora da residência. Ela não denunciou o caso para a polícia.
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O agressor, então, começou a dar socos no rosto, chutes na barriga, enforcar e imobilizar a companheira, além de martelar sua mão com uma chave de fenda. O homem também tentou colocar um remédio tranquilizante na boca da vítima, para impedir que ela chamasse a polícia ou saísse do local.
Arieli, entretanto, conseguiu quebrar uma mesa de vidro do apartamento e gritar por socorro. Os vizinhos e o porteiro do prédio ouviram a confusão e ligaram para a Polícia Militar para denunciar o caso. A PM chegou rapidamente ao local.
No local, os PMs ameaçaram arrombar a porta da residência, mas Jonatha deixou os militares entrarem.
Devido às agressões, a mulher desmaiou inúmeras vezes durante a discussão. Ariele relatou o espancamento e disse que só recobrou a consciência quando a polícia chegou ao local.
“Ele subiu na minha garganta e me enforcou, eu perdi a consciência. Eu ouvi, bem longe, alguém dizendo ‘abre, abre a porta, vamos entrar aí’. Ele mesmo abriu a porta do apartamento. Foi aí que eu me levantei e saí correndo. E ele disse: ‘quero ser levado para a delegacia’“, contou Ariele.
À polícia, Jonatha alegou que imobilizou a mulher, mas que ela própria teria causado as lesões.
O advogado de Arieli, Marcelo Sobral, informou que o homem é praticante de jiu-jítsu e de MMA e alegou, no depoimento à polícia, que a vítima teria produzido as lesões retratadas nas imagens.
“Ele é praticante de Jiu-Jitsu, de MMA, assim como ele alegou no depoimento dele. Ele diz que ela que teria produzido as lesões que nós percebemos nas imagens, algo que realmente é difícil de explicar. Chegou um momento em que ela pediu para que ele usasse a arma de fogo, porque ela já não aguentava mais. Ele disse que não ia usar, porque ela ia morrer muito rápido“, relata o advogado da mulher.
Sobral também afirmou que essa não foi a primeira vez que Jonatha teria agredido a vítima em uma discussão. “Mas nunca aconteceu nada dessa magnitude”, relatou ele.
Jonatha Souza foi detido e teve sua prisão preventiva decretada ainda no domingo, ele segue na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam).
Os dois têm um relacionamento há 19 anos e moram juntos há 17. O casal também tem duas filhas, uma de 13 anos e outra de 8. De acordo com o advogado de Arieli, as filhas do casal estão psicologicamente abaladas.
Arieli, além do dano psicológico, está muito machucada fisicamente, continua o defensor. Ela foi submetida a exames, que constataram que ela não teve nenhum osso quebrado. As três estão na casa de familiares.
Sobral também relatou que o casal já vinha brigando há algum tempo, com separações e reconciliações periódicas. Entretanto, segundo ele, os dois tinham um plano de mudar para a Europa, e morar em Portugal. O advogado também declarou que Jonatha sempre se mostrou um pai amoroso e presente.
O representante de Arieli afirmou que está “satisfeito inicialmente com a prisão preventiva”, mas afirmou esperar que o caso seja levado a júri popular.
Com Metrópoles e G1
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