Esta é a primeira vez, desde a criação, que o prêmio britânico é concedido a um grupo brasileiro
O projeto brasileiro Parent in Science, formado exclusivamente por mulheres cientistas, venceu a edição de 2021 do prêmio “Mulheres Inspiradoras na Ciência” na categoria Science Outreach, concedido pela revista britânica Nature, um dos periódicos científicos mais conceituados do mundo, em parceria com a companhia de cosméticos norte-americana Estée Lauder.
A premiação foi anunciada na última quinta-feira (28), como iniciativa vencedora pelo trabalho desenvolvido na sistematização de dados e luta pela implantação de políticas de apoio às mães na academia. Esta é a primeira vez em que o prêmio é concedido para um grupo brasileiro. Junto com o prêmio, foram destinados US$ 40 mil para o projeto e a oportunidade da realização de apresentações e mentorias na empresa Estée Lauder.
O projeto Parent in Science surgiu em 2016, com a proposta de mudar a forma como à prática da maternidade na área acadêmica é feita, lutando por um ambiente científico mais igualitário, diverso e justo.
De acordo com Fernanda Staniscuaski, bióloga brasileira, com doutorado em biologia molecular e biotecnologia, professora da UFRGS e coordenadora do Parent in Science, a maternidade ainda é um desafio no meio acadêmico: “Em todo o mundo, as mulheres enfrentam barreiras na ciência e na academia, muitas vezes sendo forçadas a escolher entre sua carreira e a maternidade, em um sistema construído em torno dos homens”. Segundo ela, o trabalho desenvolvido pelo movimento está mudando a forma como a academia vê a maternidade e lutando para que as mulheres possam entrar e permanecer na ciência. “Receber o prêmio abre uma nova janela de possibilidades para o movimento, bem como valida que nossa luta é genuína e urgente. O impacto deste prêmio permite continuar perseguindo nossos objetivos”, comemora a pesquisadora.
Para a gaúcha Fernanda Reichert, cientista integrante do Parent In Science, pesquisadora do NITEC e professora da Escola de Administração da UFRGS, o prêmio poderá abrir portas e contribuir para novas perspectivas às mulheres acadêmica: “Que ele venha para abrir mais portas, para impedir que portas já abertas se fechem e para promover um sistema acadêmico que permita o desenvolvimento das mulheres cientistas, especialmente as mães. Seguimos!”, comemora Reichert.
Em 2020, Fernanda também foi co-autora de uma carta, junto com o grupo Parent In Science, em outro importante periódico científico, a revista norte-americana Science, sobre os impactos da Covid-19 na vida e trabalho de mães cientistas durante a pandemia.
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