Pesquisadores alertam que aquecimento global acima de 1,5 °C pode causar danos climáticos irreversíveis ao planeta
A temperatura global vai subir 2,4ºC até o final do século, apesar das promessas de redução nas emissões de carbono feitas pelos países na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021 (COP26). A informação foi divulgada nesta terça-feira (09) em um estudo da coalizão de análise climática Climate Action Tracker (CAT).
“Mesmo com todas as novas promessas de Glasgow para 2030, emitiremos cerca do dobro do exigido para 1,5ºC em 2030”, explica a pesquisa.
O relatório “A lacuna de credibilidade de Glasgow em 2030: serviço da boca para fora para a ação climática” demonstra que as promessas de curto prazo feitas na COP26 até o momento são incapazes de “segurar” o aquecimento da temperatura em 1,5°C como é pretendido, e ultrapassa o limite de 2°C estabelecido no Acordo de Paris, em 2015, ao qual o mundo deveria ficar “bem abaixo”.
O CAT aponta ainda que o clima extremo generalizado, como prevê o estudo, vai causar devastação por todo o planeta, com aumento do nível do mar, seca, inundações, ondas de calor e tempestades mais violentas.
Analistas do CAT também apontaram para uma “lacuna” entre o que os países disseram que farão com relação às emissões, provocadas principalmente pelo dióxido de carbono da queima de carvão, petróleo e gás, e os planos de governo implementados em suas localidades.
“Globalmente, mais de 140 governos, que juntos equivalem a cerca de 90% das emissões, têm como objetivo zerar emissões. E embora estes objetivos sejam um sinal importante, e alguns deles tenham levado ao acelerar da ação dos governos, a qualidade da maior parte é questionável“, aponta o CAT.
“É muito bonito os líderes anunciarem que têm um objetivo de zero emissões, mas se não têm planos de como chegar lá, então, francamente, estas promessas são apenas conversa fiada. Glasgow tem uma falta de credibilidade muito grave“, declarou o presidente da coalizão, Bill Hare.
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