Além de ter sido presa, tenente da PM que abandonou posto ao lavar farda suja por menstruação está sendo denunciada pelo Ministério Público
Uma tenente da Polícia Militar do Ceará foi presa por abandonar seu posto após tirar a própria farda, que estava manchada pela menstruação, para lavar. O caso aconteceu no fim do mês passado e foi relatado pelo G1 na última sexta-feira.
No dia 28 de outubro, a militar da Polícia Turística, que não teve a identidade revelada, saiu à paisana de seu alojamento no quartel para buscar almoço. Neste momento, foi questionada pelo tenente-coronel sobre o motivo de estar sem farda.
O próprio oficial a levou à Coordenadoria de Polícia Judiciária Militar de Fortaleza, onde a mulher foi presa no mesmo dia. Cerca de 24 horas depois, ela foi solta na audiência de custódia.
Segundo os autos do processo da prisão em flagrante, divulgados pelo G1, a tenente relatou em depoimento que havia sujado o fardamento por causa do período menstrual.
“Perguntada de que forma e qual a extensão do problema da sua farda molhada, [a tenente] respondeu que foi ao banheiro e acabou molhando sua farda por lá e que está passando um período que toda mulher passa, e a farda sujou em razão disso“, aponta o interrogatório.
Em nota, porém, a Polícia Militar negou que a mulher estivesse lavando o fardamento na ocasião. Afirmou, ainda, que a policial foi flagrada saindo do quartel, sem uniforme e sem autorização superior, no horário em que deveria estar de serviço”.
Tenente foi impedida de usar farda e almoçar
Em seu depoimento, a militar contou que seu superior não permitiu que ela voltasse a vestir a farda e que também foi impedida de almoçar naquele dia.
“O policial militar, quando de serviço, tem que passar todo o turno de trabalho uniformizado e se tiver um caso fortuito, deve informar de imediato ao seu superior hierárquico, o que não teria sido feito pela policial militar no referido caso“, argumentou a PM.
Denuncia do Ministério Público
A Promotoria de Justiça Militar e Controle Externo da Atividade Policial Militar do Ministério Público do Ceará (MPCE) denunciou a tenente na terça-feira (16).
O Ministério Público concordou com o argumento da Polícia Judiciária Militar e fez a denúncia por abandono de posto sem ordem superior, que pode resultar em pena de três meses a um ano de prisão em caso de condenação.
“A oficial incriminada, ao despir-se das suas vestes militares e evadir-se do aquartelamento a que estava vinculada, ainda que temporariamente, enquadra-se no preceito descritivo do referido dispositivo incriminador“, escreveu na denúncia o promotor Sebastião Brasilino.
Yahoo
Siga-nos no Instagram | Twitter | Facebook