Sem apresentar provas, presidente Jair Bolsonaro volta a subir o tom contra os imunizantes e fala em 'lobby': “Quem acredita na vacina, parabéns”
O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a subir o tom contra as vacinas anticovid, todas com eficácia e segurança comprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Mesmo sem provas, Bolsonaro falou em “lobby das vacinas” e criticou a demissão de funcionários que optaram por não se imunizarem contra a covid-19 – segundo o presidente, é preciso ter “respeito” com quem não quis se vacinar.
“Vejo alguns políticos… Tem uns sérios, preocupados com a vida do próximo, será? Ou está preocupado, pelo que parece, não tem como comprovar, com o ‘lobby das vacinas’?”, disse o presidente, durante sua live semanal. “Respeita quem não quer tomar. Por que essa obrigação? Quem acredita na vacina, parabéns. Nós demos vacina a vocês”, afirmou.
Bolsonaro também parabenizou os deputados estaduais de Rondônia, que aprovaram um projeto vetando a possibilidade de implementação de um passaporte de vacinação. Ele aproveitou para alfinetar o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), pela possibilidade de demitir funcionários públicos que não se vacinarem.
“Estou vendo que, em São Paulo, o governador está na iminência de baixar um decreto no tocante de [demitir] quem não tiver comprovante vacinal. Que negócio é esse? E o direito da pessoa de não querer se vacinar? E essas pessoas vão ser condenadas a quê? Vão ser marginais?”, questionou Bolsonaro. “Fazer um serviço que não está de acordo com sua formação moral? Que medidas são essas?”
Veto ao passaporte de vacinação
Em coletiva de imprensa na última terça-feira (7), o governo Jair Bolsonaro rejeitou a ideia de criar o passaporte de vacina para viajantes. A decisão vai contra a recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Em vez do passaporte vacinal, haverá uma quarentena para não vacinados. A partir do próximo sábado (11), viajantes que chegarem ao Brasil por via área deverão apresentar um teste negativo para a covid-19 e também o comprovante de vacinação. Quem não estiver imunizado deverá fazer quarentena de 5 dias na cidade de destino.
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A medida foi anunciada pelo Ministério da Saúde na última terça-feira (7), mas as regras foram publicadas no Diário Oficial da União nesta quinta (9). As medidas valem tanto para estrangeiros quanto para Brasileiros.
Até o momento, só era exigido o teste RT-PCR negativo, além da Declaração de Saúde do Viajante, disponível no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).