Armas de Fogo

Cliente “revoltado com valor dos honorários” atira em advogada dentro de escritório

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VÍDEO: Um dia antes de abrir fogo contra advogada, homem espancou a namorada. Mesmo alvejada três vezes, advogada entrou em luta corporal e conseguiu desarmar o agressor; houve quem culpasse a vítima antes da divulgação das imagens do crime

Advogada Nayara sofre tentativa de homicídio

Um homem de 21 anos armado atacou uma advogada de 27 anos na tarde de ontem (26), no escritório em que ela trabalha, em um shopping de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense.

Nayara Gilda Gomes Acha Prestes ficou sob a mira do revólver, entrou em luta corporal, foi baleada três vezes e mesmo ferida conseguiu desarmá-lo. Logo depois, o homem tentou fugir, mas foi parado dentro do shopping por militares do programa Segurança Presente.

Um dia antes, Diego Dorado Borgeth Teixeira agrediu violentamente a namorada. A polícia não deu mais detalhes sobre este crime, mas disse que o homem não tinha antecedentes criminais até a agressão contra a namorada.

Diego foi preso em flagrante e autuado por tentativa de homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima, além de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.

A Polícia Militar do Rio de Janeiro informou que o agressor era cliente da advogada e se recusava a pagar os honorários da profissional estabelecidos no contrato em um processo de inventário do pai.

A situação foi gravada por uma câmera de segurança do circuito interno, no qual é possível ver o momento em que o homem tira a arma de uma bolsa vermelha e aponta para a mulher que se levanta da cadeira e inicia a luta corporal.

Segundo a polícia, na análise preliminar das imagens foi constatado que o homem disparou quatro vezes, sendo que três tiros atingiram a vítima. A polícia destacou que a advogada foi atingida nas mãos e no peito, e que não morreu porque conseguiu se defender na luta corporal e pegando a arma.

A vítima foi levada a um hospital particular da cidade onde ficou internada e tem quadro de saúde estável.

Em vídeo gravado dentro do hospital, Nayara contou que ela era responsável por um inventário que tinha Diego como beneficiário. Segundo ela, na fase final do processo, o cliente se recusava a pagar os valores de honorários acordados e o jovem teria chegado ao local dizendo que revogaria a procuração, antes de apontar a arma contra ela.

Ele [Diego] tem alguns processos comigo e um dos processos é um inventário que está sendo finalizado. Esse processo de inventário envolve um valor muito alto e, por isso, ele me deve R$ 160 mil. De acordo com a tabela da OAB é até considerado um honorário baixo em relação a esse inventário. Em dezembro do ano passado, ele tentou revogar minha procuração, na tentativa de não me pagar. Eu entrei no processo e pedi para o juiz destacar meus honorários. Depois disso, ele sumiu e hoje ele apareceu no meu escritório provisório“, disse a advogada.

A advogada tem dois filhos, um que completará dois anos no mês que vem e outro de seis.

Em nota pública, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) afirmou ter conhecimento da tentativa de homicídio contra a advogada, que é inscrita na 12ª Subseção da OAB Seccional do Estado do Rio Janeiro.

“(…) Considerando que, aparentemente, o crime possui relação com a atividade profissional da advogada, a OAB Campos, por meio de sua Comissão de Prerrogativas, designou o Dr. Glaidemir Resende para acompanhar as investigações que estão sendo conduzidas com brilhantismo, pelos policiais da Deam-Campos dos Goytacazes“, diz o texto.

O advogado de Nayara, Glaidemir Alves de Resende, delegado da Comissão de Prerrogativa da OAB, destacado pela instituição para acompanhar o caso, disse que Diego ainda tentou asfixiar a vítima.

Trata-se de um cliente dela que a atacou devido à discordância dos honorários advocatícios. Ele desferiu quatro tiros e ainda tentou asfixiá-la. A vítima está fora de perigo e estamos pedindo à Justiça que a prisão em flagrante dele seja convertida em preventiva e que ele permaneça preso até o final do processo por uma questão de segurança”.

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