Política

Daniel Ortega assume 5º mandato presidencial na Nicarágua

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Cerimônia na capital Manágua conta com a participação de representantes de 21 países; UE e EUA aplicam novas sanções contra o país

Imagem: Marvin Recinos | AFP

Opera Mundi

Daniel Ortega assumiu nesta segunda-feira (10) seu quinto mandato, o quarto consecutivo, como presidente da Nicarágua junto com a vice-presidente, Rosario Murillo.

Aos 76 anos, o mandatário prestou um novo juramento perante ao Parlamento de maioria governista em uma cerimônia na Plaza de la Revolución, localizada em Manágua, capital do país, e será transmitida pela rede nacional de televisão. Ortega obteve 75,92% dos votos em uma eleição realizada em 7 de novembro.

De acordo com informações dadas por Murillo à imprensa, delegações de pelo menos 21 países, incluindo chefes de Estado e chanceleres, participarão da posse de Daniel Ortega, entre eles, Rússia, Irã, Coreia do Norte, Síria, Cuba, Venezuela, Honduras, Vietnã, Camboja, Angola, Turquia, Bielorrússia e Turquia.

Ao chegar no país, o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, afirmou que a vitória de Ortega tem um enorme significado para as forças dos governos de esquerda e progressistas na América Latina e no Caribe. “É uma vitória que também demonstra a convicção anti-imperialista do povo nicaraguense e a decisão de continuar avançando nas profundas transformações políticas, sociais e econômicas lideradas pelo governo de Reconciliação e Unidade Nacional”, disse.

Para Murillo, o povo da nação centro-americana reafirmará “solenemente” seu apoio ao trabalho social promovido há 15 anos “em defesa do trabalho, da paz, do bem comum e do modelo de democracia, complementaridade e solidariedade”.

A vice afirmou que a eleição responde às disposições da Constituição da República e representa “a vitória sobre o mal, o ódio, a discórdia, o conflito e a separação, após os violentos acontecimentos de 2018 e a tentativa de golpe contra o presidente Daniel Ortega”.

A posse do ex-combatente sandinista terá como pano de fundo as sanções aplicadas pelos Estados Unidos e pela União Europeia a familiares, amigos, funcionários e instituições nicaraguenses por suposta corrupção e violação de direitos humanos.

A UE aprovou novas sanções contra filhos de Ortega, além de outras cinco pessoas, como a presidente do Conselho Superior Eleitoral, Brenda Isabel Rocha Chacón, e três entidades do país.

Washington e Bruxelas consideram que as eleições de 7 de novembro, nas quais Ortega foi reeleito não foram “democráticas”. Ortega qualificou essas declarações como “agressões” contra seu país e acusou os Estados Unidos e o bloco europeu de “interferência” e “desrespeito à soberania” da Nicarágua, e em novembro passado pediu a retirada do país da Organização dos Estados Americanos (OEA ).

Nesse contexto, o presidente fortalece laços com Moscou e retomou as relações diplomáticas com a China em dezembro ao reconhecer o princípio de “uma só China”, após romper com Taiwan. O restabelecimento das relações com Pequim foi acompanhado de uma doação de milhares de vacinas, com a abertura da embaixada chinesa na capital nicaraguense.

Como enviado especial, o presidente chinês Xi Jinping nomeou Cao Jianming, vice-presidente do Comitê Permanente da Assembleia Popular Nacional do gigante asiático, para participar da cerimônia desta segunda.

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