Mulher descobriu, no dia da cerimônia de casamento, que foi alvo de um golpe aplicado pelo próprio companheiro. Noivo conseguiu extorquir mais de R$ 1 milhão da vítima
A Polícia Civil do Distrito Federal impediu uma noiva de se casar com um golpista em Brasília. Servidora pública da Câmara dos Deputados, que não teve seu nome revelado, descobriu, no dia da cerimônia, que foi alvo de um golpe aplicado pelo próprio companheiro. Hudson da Silva Ferreira, de 31 anos, conseguiu extorquir mais de R$ 1 milhão da vítima, de 45.
Segundo as investigações, o homem inventava histórias para conseguir dinheiro da noiva. Dizia, por exemplo, que tinha dívidas com traficantes ou que precisava de valores para pagamento de processos judiciais. O relacionamento com a vítima durou dois anos.
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O casamento estava marcado para a última quarta-feira (5), às 15h, em um cartório da Asa Sul. Por volta das 5h, a polícia entrou em contato com a noiva e mostrou as provas de que seu companheiro era um ladrão. Em seguida, ela escreveu uma carta, atestando que foi vítima de golpe, para cancelar a cerimônia.
“A vítima só acreditou quando, a pedido dela, a colocamos de frente com o suspeito, que confessou que tudo se tratava de um golpe“, contou ao portal G1 o delegado Luiz Gustavo Neiva Ferreira, da 8ª Delegacia de Polícia (Estrutural).
Hudson da Silva Ferreira deve responder por associação criminosa e estelionato, podendo pegar entre 9 e 13 anos de prisão, caso seja condenado. Mais três pessoas participaram do esquema. Uma delas é a empregada doméstica da vítima, que apresentou o suspeito à servidora. De acordo com o delegado, a ideia era formar o casal para a aplicação dos golpes.
No dia do casamento, após identificar o esquema, todos os suspeitos foram levados para delegacia, onde confessaram o crime. Apesar do indiciamento, eles não foram presos, porque não foi possível configurar prisão em flagrante. Agora, vão responder na Justiça.
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A família da vítima desconfiou do golpe quando a mulher chegou a ficar em “situação de miserabilidade”, sem ter até o que comer.
Em outro caso, a polícia disse que Hudson contou ter uma dívida com um traficante, no valor de R$ 53 mil, que também custeada pela vítima. O golpista também contou que tinha sido processado por violência doméstica e precisava pagar R$ 16 mil de multa, valor que também foi custeado pela mulher.
“Sentamos com a família da vítima, fizemos alguns cálculos e o valor dos golpes já ultrapassa R$ 1 milhão. Em 16 anos de polícia, nunca vi nada parecido“, disse o delegado.
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