O ministro também anunciou que a França havia batido mais um recorde de novas infecções, com a onda da variante ômicron no território: foram registrados 332 mil novos casos em 24 horas. No dia anterior, o país havia identificado 271,7 mil novos casos
RFI
Foram três dias de debate tumultuado na Assembleia Nacional da França pela polêmica frase do presidente francês Emmanuel Macron de que ele queria “encher o saco” dos não vacinados até o fim. Mas os deputados aprovaram na madrugada desta quinta-feira (061) o projeto de lei que transforma o passaporte sanitário, em vigor no país, em uma exigência de vacinação contra a covid-19.
Na prática, o projeto de lei proíbe a entrada de pessoas não vacinadas com mais de 12 anos em restaurantes, bares, teatros, cinemas, shows, jogos esportivos, trens de média e longa distância, e uma longa lista de atividades não essenciais.
Se a lei entrar em vigor, o teste negativo para a covid só será suficiente para que não vacinados tenham acesso a serviços de saúde, mesmo requisito exigido atualmente fora das emergências do país.
A imposição de um passaporte vacinal é mais uma tentativa do governo Macron de ampliar a imunização entre os cerca de 4 milhões de franceses que ainda não tomaram nenhuma dose de vacina, em um momento em que a doença bate recordes de infecção dia após dia. Nas últimas 24 horas, 332 mil franceses foram identificados como positivos para o coronavírus.
O governo queria que o passaporte vacinal entrasse em vigor já a partir de 15 de janeiro, mas o prazo parece apertado. O projeto de lei ainda precisa ser votado pelo Senado, que é dominado pela direita, no início da próxima semana.
Maioria governista teve apoio da direita e da esquerda
O texto foi aprovado por 214 votos a favor, contando os deputados da maioria governista, mas também com o apoio de parte dos deputados de direita dos Republicanos (LR) e dos socialistas do PS (esquerda).
Votado durante a madrugada, o projeto de lei recebeu 93 votos contrários, vindos majoritariamente da extrema direita (Reunião Nacional) e da esquerda mais radical (França Insubmissa), além de três dissidentes do partido do presidente (República em Marcha). 27 deputados prefiram se abster.
Dentre as emendas aprovadas, os deputados alteraram de 12 para 16 anos a necessidade de um certificado de vacinação para que os jovens participem de passeios escolares e atividades extracurriculares. No entanto, para a entrada em museus, por exemplo, a regra vai valer a partir dos 12 anos.
Recorde de retardatários vacinados
Durante os debates na quarta-feira (05), o ministro da Saúde francês, Olivier Véran, anunciou dois recordes para pressionar pela rápida aprovação da lei.
De acordo com Véran, a possibilidade de maiores restrições tem estimulado muitos recalcitrantes a tomarem finalmente a vacina. “Os dados de hoje mostram que 66 mil pessoas tomaram sua primeira vacina. Se continuarmos a fazer isso durante 70 ou 75 dias, teremos uma proteção completa da população contra as formas graves [de covid-19]”.
O ministro também anunciou que a França havia batido mais um recorde de novas infecções, com a onda da variante ômicron no território: foram registrados 332 mil novos casos em 24 horas. No dia anterior, o país havia identificado 271,7 mil novos casos.
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