Luciano Hang foi beneficiado pela Lei Rouanet
Naian Lopes, DCM
Luciano Hang aportou mais de R$ 6 milhões em projetos permitidos para captar recursos através da Lei Rouanet. O empresário é um dos maiores entusiastas de Bolsonaro, que é critico do mecanismo de financiamento cultural. Recentemente, o presidente atacou Ivete Sangalo e Zé de Abreu.
O dono das lojas Havan também doou mais de R$ 23 milhões por meio da Lei Rouanet. Empresas que financiam trabalhos culturais podem receber descontos do valor investido do imposto de renda.
O empresário doou para 266 ações culturais. Boa parte está relacionada a Santa Catarina. Ele deu R$ 250 mil para um documentário sobre a eleição de 2002 no estado catarinense. Na ocasião, Luiz Henrique da Silveira se tornou vencedor.
Em um vídeo que circulou hoje (5), Bolsonaro disse que “acabou a teta gorda” da Lei Rouanet e acrescentou que o teto de captação é de R$ 1 milhão.
Na verdade, esse teto de R$ 1 milhão é aplicado apenas a casos específicos, como é o caso e microempreendedores individuais, que podem captar até quatro projetos de R$ 1 milhão cada um.
A Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (Fusp), captou R$ 73,4 milhões em 2021, de acordo com os dados do Sistema de Apoio às Leis de Incentivo à Cultura (Salic). O instituto Inhotim captou R$ 44,5 milhões. E pra completar, a Fundação CSN, que captou R$ 42,8 milhões.
Não foi só Luciano Hang que se beneficiou da Lei Rouanet
No total, 22 projetos de mais de R$ 10 milhões foram aprovados em 2021. Os projetos juntos somam R$ 533 milhões.
E 242 projetos de mais de R$ 1 milhão foram aprovados pela gestão Mario Frias. Esse grupo de projetos representou, ao todo, R$ 1,3 bilhão na Rouanet. É mais da metade do total aprovado para a lei no último ano.
Nem todos conseguem captar o valor total aprovado pelo governo. Por esse motivo, o valor completo aprovado para a Lei Rouanet em 2021 foi de R$ 2,2 bilhões, enquanto o total captado foi de R$ 1,9 bilhão.
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