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Negacionista da pandemia, Olavo de Carvalho morre vítima de Covid-19

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Guru do Bolsonarismo chegou a afirmar que a pandemia era uma "invenção chinesa" e que não havia "uma única morte confirmada por coronavírus". Olavo deixa esposa e 8 filhos. Presidente lamentou a morte nas redes sociais

Olavo de Carvalho

O guru do bolsonarismo Olavo de Carvalho morreu nesta segunda-feira (24) aos 74 anos nos Estados Unidos. A informação foi confirmada em nota pela família postada no perfil dele nas redes sociais. No início da pandemia, Olavo chegou a afirmar que tudo não passava de uma farsa.

O escritor faleceu oito dias após ser diagnosticado com Covid-19 e não se sabe se ele estava vacinado. Olavo era um paciente de risco, pois tinha comorbidades — ele era portador da Doença de Lyme, uma infecção transmitida por carrapato que causa irritações na pele e sintomas semelhantes ao da gripe. Carvalho também era cardiopata.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou durante a madrugada sobre o falecimento. “Nos deixa hoje um dos maiores pensadores da história do nosso país”, escreveu em seu perfil no Twitter.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, também homenageou o influenciador. Na postagem, disse que “seus livros, vídeos e ensinamentos permanecerão por muito tempo ainda.”

Biografia

Nascido em Campinas, no interior de São Paulo, Olavo Luiz Pimentel de Carvalho se intitulava professor de filosofia e ficou conhecido por vídeos e livros que apoiam o conservadorismo político e que recusam o discurso politicamente correto.

Olavo trabalhou como astrólogo e ensaísta. Em 2013, ele publicou o livro “O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota”, que reunia artigos escritos desde 1997.

O trabalho de Carvalho era seguido pelos filhos do presidente. Eduardo, que chegou a classificá-lo como “ícone”, e o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos) exaltavam as teorias do ensaísta. A partir dos filhos, o presidente passou a acompanhar Carvalho, o que fez com que ele passasse a ser tido como “guru do bolsonarismo”.

Discípulos de Carvalho integraram o governo de Bolsonaro, como os ex-ministros Abraham Weintraub (Educação), Ernesto Araújo (Itamaraty) e Ricardo Vélez (Educação).

Olavo de Carvalho plantou as sementes da guerra cultural que o Brasil vive hoje, de enfrentamento às universidades federais, à ciência e à cultura. Apesar de ter sido um guru do bolsonarismo, Olavo vinha fazendo críticas ao presidente Bolsonaro nos últimos meses.

Na nota de pesar, “a família de Olavo agradece a todos os amigos as mensagens de solidariedade e pede orações pela alma do professor”. O escritor deixa esposa, oito filhos e 18 netos.