O vereador Nikolas Ferreira em ato antivacina em Londres
Nikolas Ferreira toma vacina contra Covid e vai participar de ato antivax em Londres. Atitude repercutiu: "Eis a coerência e a hipocrisia dos negacionistas brasileiros: imunizados na vida real, mas nas redes precisam alimentar o gado e gritam que a 'vacina é experimento'"
O vereador bolsonarista de Belo Horizonte (MG) Nikolas Ferreira (PRTB) se vacinou contra a Covid-19 para poder viajar ao exterior neste mês. Um dos compromissos do parlamentar em solo europeu foi um ato antivacina em Londres. Brasileiros precisam ter tomado as duas doses da vacina para entrar na Inglaterra sem fazer quarentena.
Nas redes sociais, o vereador diz ser contrário à vacinação e afirma não acreditar na eficácia dos imunizantes. “Estou me sentindo imposto [a tomar a vacina contra COVID-19] porque estou indo para uma viagem importante. Eu não ia deixar de viajar. Mas foi algo contra a minha vontade”, justificou.
Em publicação no Instagram na última segunda (24/1), Nikolas aparece em um protesto contra a vacinação. O vereador está do lado de uma ativista que segura um cartaz com os dizeres: “Please, don’t jab kids” (“Por favor, não vacinem as crianças”, em livre tradução”).
O vereador recebeu críticas de membros da Câmara Municipal de BH. A vereadora Duda Salabert (PDT) classificou o ato do colega como irresponsável. “O dever da Câmara é lutar pela aceleração da vacinação de crianças para um retorno mais seguro às aulas. Então, acho bastante irresponsável que o vereador se posicione desta maneira em relação á vacinação infantil. E especialmente num contexto em que a COVID-19 mata mais do que muitas doenças infecciosas”, comentou.
Nikolas também foi criticado nas redes. “Eis a coerência e a hipocrisia dos negacionistas brasileiros: imunizados na vida real, mas nas redes precisam alimentar o gado e gritam que a ‘vacina é experimento'”, afirmou um internauta. “O Brasil é o país com mais antivax vacinados! É fácil ser antivacina assim”, comentou outro.
Além de Londres, Nikolas passou por outros países europeus como Bélgica, Portugal e Luxemburgo, no que ele chamou de “missão religiosa”. A Câmara Municipal de BH afirmou que a instituição não financia a viagem do vereador ao exterior.