Diretor do cinema novo, Arnaldo Jabor ganhou holofotes na Globo como comentarista de política e se tornou um dos maiores críticos de Lula e Dilma na época dos governos petistas. De acordo com assessores, Jabor ainda deixa um filme inédito. Ex-mulher lamenta perda: "O Brasil perdeu um grande brasileiro"
O jornalista e cineasta Arnaldo Jabor morreu aos 81 anos na madrugada desta terça-feira (15). Ele fez parte da geração do cinema novo e dirigiu sucessos como “Eu Te Amo”, de 1981.
Jabor estava internado desde o dia 17 de dezembro no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, após sofrer um acidente vascular cerebral. Segundo a família, a causa da morte foram complicações do AVC.
No final de dezembro, um boletim médico apontou que Jabor tivera uma melhora progressiva do quadro neurológico e se encontrava consciente. Na manhã desta terça-feira, a produtora de cinema Suzana Villas Boas, ex-mulher de Jabor e mãe de seu filho escreveu “Jabor virou estrela, meu filho perdeu o pai, e o Brasil perdeu um grande brasileiro” numa rede social. De acordo com assessores, Jabor ainda deixa um filme inédito.
Arnaldo Jabor ganhou holofotes na Globo como comentarista de política na época dos governos petistas — período em que ficou nacionalmente conhecido como um dos críticos mais ferozes de Lula e Dilma na televisão aberta brasileira.
No entanto, a primeira vocação de Jabor foi como cineasta, formado durante a década de 1960, sob o ambiente do cinema novo — que buscava levar a realidade do Brasil para as telonas.
Seu primeiro longa-metragem foi “A Opinião Pública”, de 1967, um mosaico da classe média do Rio de Janeiro. Introduzindo o som direto nas telonas brasileiras, é uma obra alinhada ao cinema verdade, como uma investigação antropológica que brota de takes crus e depoimentos espontâneos.
Mesmo com o grande sucesso de seus filmes, Jabor sempre falava que não enriquecera com o cinema — apesar de a bilheteria de “Eu Sei que Vou Te Amar” tenha lhe rendido um apartamento.