Bolsonaro inicia tour pelo Nordeste com uma estratégia que tem se intensificado nos últimos meses: associar sua imagem, de forma isolada, aos méritos dos projetos iniciados em gestões petistas, sobretudo a do ex-presidente Lula, seu principal adversário na eleição de 2022
O governo de Jair Bolsonaro preparou uma grande festa para esta semana, quando o presidente pretende registrar a chegada das águas da transposição do Rio São Francisco no Rio Grande do Norte.
Simbolicamente, a chegada das águas marca a etapa final da obra tal qual pensada pelo petismo ainda no governo Lula. Além do RN, o mandatário também visitará Ceará, Pernambuco e, talvez, a Paraíba — terra do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
As viagens, anunciadas com semanas de antecedência, são parte de um movimento do chefe do Executivo nacional de se aproximar da região que mais o rejeita, de acordo com as pesquisas.
A estratégia tem se intensificado nos últimos meses e o objetivo é associar a imagem do atual chefe do Executivo federal, de forma isolada, aos méritos dos projetos iniciados em gestões anteriores, do PT, sobretudo a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
O Nordeste é a única região em que Bolsonaro foi derrotado por Fernando Haddad (PT) no segundo turno das eleições de 2018. Na ocasião, conquistou 30% dos votos, enquanto o petista teve 69%.
A viagem também ocorre após comentários equivocados do mandatário sobre a região. Durante a tradicional live que faz semanalmente nas redes sociais, ao falar sobre a revogação de decretos de luto oficial, Bolsonaro errou o local de nascimento de Padre Cícero, religioso venerado no Nordeste. Em seguida, ao conversar com assessores, os chamou de “pau de arara”, expressão considerada pejorativa.
Apoiadores do presidente organizam ainda uma “jegueata”, espécie de passeio de jegue aos moldes das motociatas, para recepcioná-lo no Rio Grande do Norte.