EUA

Brasileira presa nos EUA por invadir capitólio vira piada nas redes

Share

Brasileira que sequer vota nos EUA invadiu o capitólio para defender Donald Trump e agora está atrás das grades. Documento do FBI mostra imagens e conversa que Letícia Vilhena teve com outra pessoa após o crime: "Sensação incrível"

Letícia

A brasileira Letícia Vilhena Ferreira, de 32 anos, está presa nos Estados Unidos após ser identificada como uma das pessoas que invadiu o capitólio no ano passado para protestar contra a derrota de Donald Trump na eleição presidencial. O manifestantes tinham como objetivo “reverter” o resultado das urnas à força.

Um documento do FBI mostra uma conversa que ela teve com uma pessoa não identificada que, junto com fotos tiradas dentro do edifício, serviram como provas contra ela. O diálogo foi registrado um dia após a invasão, no dia 7 de janeiro, entre 11h45 e 11h50 no horário local.

Letícia é acusada de ter agido conscientemente para entrar em um edifício restrito sem autorização e de ter se envolvido em conduta desordenada para impedir a condução de funções oficiais do governo.

O documento de acusação do FBI traz a conversa em que ela assume ter entrado no Capitólio como prova. Além disso, ele mostra também duas fotos tiradas no interior de edifício que estavam no celular dela. Imagens de câmera de segurança e registros em vídeos feitos por outros invasores também comprovam que ela esteve lá.

Um ano após a invasão do Capitólio, mais de 725 pessoas foram presas e indiciadas. O FBI, no entanto, acredita que ao menos 2 mil pessoas estiveram envolvidas, de acordo com a agência France Presse. Cerca de 225 pessoas foram acusadas de atos violentos durante a invasão, incluindo agressões aos agentes do Capitólio.

De acordo com a rede social de Letícia, ela se formou em engenharia ambiental pela PUC-Campinas. Fluente em inglês e espanhol, a mulher, que tem visto de trabalho nos EUA, atuava na filial americana de uma empresa do ramo de projetos sustentáveis voltados para embalagens.

No Brasil, a prisão da mulher virou motivo de piada. “Presa defendendo um presidente que odeia imigrantes. Isso é que é patriotismo”, publicou uma usuária. “Animais fantásticos e onde habitam”, escreveu outra. “Bolsominion passando vergonha em dólar”, comentou mais uma.

A investigação

As apurações sobre quem esteve no Capitólio no dia 6 de janeiro de 2021 começaram logo após a invasão. Em abril do mesmo ano, autoridades americanas afirmaram que foram à casa da brasileira na cidade de Indian Head Park, no estado de Illinois.

Na ocasião, ela teria dito que foi a Washington para ver um discurso do então presidente Donald Trump e que não votou na eleição de 2020. No entanto, acabou não acompanhando a fala do político porque decidiu seguir uma multidão que caminhava em direção ao Congresso.

Confira a transcrição da conversa que o FBI teve acesso:

Letícia: Você acha que eles irão atrás de quem entrou no Capitólio?
Interlocutor: Não fique triste, mas se prepare. Estamos todos ferrados. Eles irão atrás de todo mundo.
Letícia: Fui tão irresponsável de entrar lá. Eu estava com uma família legal, um pai e dois filhos. Passeando.
Interlocutor: Se tinha câmera, eles irão atrás das pessoas.
Letícia: Tinha câmera.
Interlocutor: Quanto tempo depois de invadirem que você entrou?
Letícia: Não sei. Não vi quem invadiu. Eu só estava passeando.
Interlocutor: Ok, talvez fique ok para você. Eu acho que eles estão mais preocupados com quem invadiu as barreiras.
Letícia: Na verdade, tinham barreiras até mesmo na grama no parque. Li sobre isso depois.
Interlocutor: Tinha gente brigando com a polícia.
Letícia: Sou uma irresponsável. Ontem a sensação foi incrível.
Letícia: Dava para ver de longe. Eu vi quando estava saindo, tinha mais gente tentando entrar de novo. Os que chegaram depois.
Interlocutor: Tenho certeza que foi incrível! Se você vir pessoas se juntando hoje… em qualquer lugar… vá para o outro lado.
Letícia: Vou trabalhar agora, estou no turno da manhã e vou folgar o resto do dia.

Letícia