Flow anuncia desligamento de Monark do podcast após apologia ao nazismo
Monark é demitido dos Estúdios Flow após apoiar existência de partido nazista legalizado no Brasil. "O episódio 545 foi retirado do ar. Reforçamos nosso comprometimento com a Democracia e Direitos Humanos", comunicou a empresa
A produtora Estúdios Flow, responsável pelo Flow Podcast, anunciou hoje o desligamento do sócio e apresentador Bruno Aiub, o Monark, que defendeu a existência de um partido nazista reconhecido por lei no Brasil em um episódio do projeto.
“Ao longo da nossa história, tratamos de temas sensíveis buscando promover conversas abertas sobre assuntos relevantes para a nossa sociedade, sem preconceitos ou ideias preconcebidas, pelo que acreditamos e defendemos. Reforçamos nosso comprometimento com a Democracia e Direitos Humanos, portanto, o episódio 545 foi retirado do ar. Comunicamos também a decisão que a partir de agora, o youtuber Bruno Aiub, o Monark, está desligado do Estúdios Flow”, comunicou.
A Estúdios Flow ainda se desculpou com a comunidade judaica e disse que vai superar essa situação “contribuindo para uma sociedade mais justa” e com liberdade de expressão “amparada por preceitos legais”.
A defesa da existência de um partido nazista dentro da lei por Monark foi feita durante transmissão ao vivo ontem, na qual eram entrevistados os deputados federais Kim Kataguiri (Podemos) e Tabata Amaral (PSB).
“A esquerda radical tem muito mais espaço que a direita radical, na minha opinião. As duas tinham que ter espaço, na minha opinião […] Eu acho que o nazista tinha que ter o partido nazista reconhecido pela lei”, afirmou o apresentador, que foi apoiado por Kim Kataguiri.
Bruno Aiub, o Monark, aparece como administrador da Flow Produção de Conteúdo Audiovisual LTDA, empresa responsável pelo podcast. O grupo tem como sócio a IB Holding de Participações LTDA. Monark também é um dos sócios da IB Holding. Ele divide o quadro de administrador com Igor Rodrigues Coelho.
Pedido de desculpas
Monark publicou na tarde de hoje um vídeo em que pede desculpas pelas declarações. “Eu errei, a verdade é essa. Eu tava muito bêbado e fui defender uma ideia que acontece em outros lugares do mundo, nos Estados Unidos, por exemplo, mas eu fui defender essa ideia de um jeito muito burro, eu estava bêbado, eu falei de uma forma muito insensível com a comunidade judaica. Peço perdão pela minha insensibilidade”, disse ele.
“Mas eu peço também um pouco de compreensão, são quatro horas de conversa, a gente já tava bêbado. Fui insensível sim, errei na forma com que eu me expressei, dá a entender que estou defendendo coisas abomináveis, é uma m…errei pra c…eu peço compreensão aí de vocês mesmo e peço desculpas a toda comunidade judaica”, continuou.
A Estúdios Flow perdeu ao menos três patrocinadores com a nova polêmica: a Flash Benefícios, empresa de cartões para empresas, a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro e a Insider Store.
O movimento contrário às declarações de Monark nas redes sociais foi puxado pelo grupo Judeus pela Democracia, que, a exemplo do Sleeping Giants, passou a dirigir apelos diretos aos anunciantes e patrocinadores do programa.
A Mondelez Brasil, detentora da marca BIS, se pronunciou logo no fim da manhã, repudiando a discriminação e o racismo, e esclarecendo que só financiou dois episódios do programa em 2021 e que já havia solicitado a exclusão da marca entre os patrocinadores do Flow.
A marca esportiva Puma também se pronunciou de modo similar, argumentando que já solicitou a exclusão de seu nome da lista de patrocinadores.