Clientes alegam ter gasto até R$ 800 em bandejas de frutas no Mercado Municipal de SP. Relatos que contam o modus operandi do golpe estão viralizando nas redes
Consumidores afirmam em uma rede social que são vítimas de golpes no Mercado Municipal de São Paulo, o Mercadão, no centro da capital paulista. Eles dizem que os vendedores cobram de R$ 100 a R$ 1.200 em bandejas de frutas.
Em uma publicação que denuncia o “golpe da fruta” no Instagram, uma pessoa anônima diz que um comerciante ofereceu uma “fruta japonesa“, combinação de laranja, tangerina e limão siciliano. Provou o sabor e pediu para o vendedor embalar três frutas em uma bandeja, que custou R$ 350. Mesmo a contragosto, pagou o valor e conta que depois reparou ter comprado três laranjas comuns. “Me senti duplamente trouxa“, disse.
Como é feita a abordagem
Segundo os relatos, os funcionários abordam os visitantes já na entrada do Mercadão e oferecem frutas de graça para que eles experimentem. Enquanto isso, montam bandejas com os produtos para venda.
Os usuários que se recusam a comprar dizem que são pressionados ou xingados pelos vendedores. O comportamento se repete também com quem não aceita a degustação gratuita.
Uma cliente alega ter gasto R$ 1.000 no local. “Eles [os vendedores] manipulam do início ao fim“, declara.
As publicações no perfil mostram que a prática é comum no Mercadão. Um guia de turismo comentou que estrangeiros também eram vítimas no estabelecimento.
“Essa prática abusiva me obrigou a orientar meus clientes a não provar as frutas e não efetuar compras lá no Mercado Municipal. Tinha que fazê-lo para não ter minha reputação relacionada com esses vendedores“, disse o guia.
Uma paulista visitou o Mercadão pela primeira vez e pagou mais de R$ 60 em um abacaxi.
“Sou da Baixada Santista, fui conhecer o famoso sanduíche de mortadela, mas fui atraída para experimentar um abacaxi por um vendedor, uma delícia, caí no golpe. Ele falou o preço de 100 gramas e não o quilo. Quando passei o cartão, foi quase R$ 70“, relatou, em uma rede social.
Outros consumidores relataram ter pago mais de R$ 100 em frutas podres. O Procon informou que ainda não recebeu reclamações oficialmente sobre os casos.
“Trata-se de oferta enganosa e abusiva a abordagem do modo como é feita e, se houver ofensas ao consumidor, pode ser até crime”, afirmou o diretor-executivo do Procon-SP, Fernando Capez.
“O golpe está sendo monitorado pelo Procon. Se alguma das vítimas reclamar no site do Procon-SP nós iremos multar o estabelecimento“, completou.
No Instagram, o perfil @golpe_do_mercadao_sp, que divulga os casos diariamente, já conta com mais de doze mil seguidores e centenas de relatos entre postagem e comentários.
O que diz o Mercado Municipal
A concessionária Mercado SP, que administra o Mercadão desde setembro de 2021, afirma que está “tomando todas as providências” em relação às denúncias. Também acrescenta que está atenta ao setor de frutas desde que assumiu o espaço.
“A concessionária realiza reuniões rotineiras com os responsáveis pelas bancas de frutas, orientando e advertindo sobre as boas práticas a serem observadas por todos, bem como, advertindo das consequências do não cumprimento do Regimento Interno, do Contrato firmado e da legislação em vigor“, disse em resposta ao Uol.
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A Mercado SP diz que deu a primeira advertência em 8 novembro de 2021 e multou em 7 de fevereiro deste ano. Após a segunda multa, a empresa pode rescindir o contrato com o lojista.
A concessionária coloca à disposição o e-mail sac@mercadospspe.com.br para apurar eventuais abusos.
Com Uol e g1
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