Governador do Rio pede a cabeça de jornalista após ser criticado ao vivo
Jornalista criticou atuação de Castro e disse que ele “não foi votado por ninguém, era um vice de carona” e que foi “eleito pendurado numa placa rasgada da Marielle Franco”
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), pediu nesta sexta-feira (18) a demissão do comentarista da Rádio CBN Sérgio Abranches, que criticou sua atuação em Petrópolis, cidade que foi atingida por fortes chuvas e deixou, até o momento, 136 mortos.
No programa Conversa de Política dessa quinta (17), o cientista político disse que o governador do Rio “foi a Petrópolis fazer um nariz de cera, um fingimento, um teatro, mas não está fazendo nada e não está mostrando a solidariedade que o povo de Petrópolis merece”.
Abranches também falou que Castro “não foi votado por ninguém, era um vice de carona” e que foi “eleito pendurado numa placa rasgada da Marielle [Franco]”.
O governador do Rio, então, ligou hoje para a rádio e, ao vivo, falou que não comanda um “governinho”, e sim um “governão”. “É um governo que está aqui [em Petrópolis] desde as 21h de terça-feira. Tá todo mundo aqui trabalhando duramente”, rebateu.
Castro falou ainda que Abranches fez “palanque político” ao citar Marielle Franco, assassinada no Rio em 2018. “[Abranches] Usou os microfones da CBN para fazer palanque político. Aqui não tem palanque político. Colocar Marielle nesse negócio é uma vergonha. Essa pessoa deveria ser expulsa dos microfones da CBN.”
Tragédia
Com 136 mortes confirmadas, a tragédia causada pelas chuvas em Petrópolis (RJ) superou em número de mortes o segundo maior desastre por temporais na história da região, registrado em 1988, com 134 vítimas. Além disso, outras 218 pessoas ainda continuam desaparecidas, três dias depois do dilúvio.
O desastre desse ano só não superou ainda o episódio do verão de 2011, que deixou 918 mortos e 30 mil desabrigados, e é considerado uma dos piores tragédias ambientais da história do Brasil.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi visitar a região e descreveu o cenário como “quase que de guerra”. Ele anunciou que o governo federal vai liberar R$ 2,3 milhões de recursos para a reconstrução da cidade. O valor é considerado irrisório diante do tamanho da destruição.