VÍDEO: "Somos solidários à Rússia", diz Bolsonaro a Putin no Kremlin. Presidente brasileiro iniciou visita a Moscou homenageando soldados comunistas; apoiadores mais radicais consideraram o ato como uma 'afronta', uma vez que Bolsonaro ainda diz 'combater o comunismo' no Brasil
O presidente Jair Bolsonaro já iniciou sua agenda de encontros com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Moscou tem seis horas a mais de fuso horário com relação a Brasília.
Às 9h (horário de Moscou), Bolsonaro depositou flores no Túmulo do Soldado Desconhecido. Vale lembrar que o monumento homenageia os soldados que lutaram na Segunda Guerra Mundial, quando a Rússia era o centro da antiga União Soviética, regime comunista. Antes de ser presidente da Rússia, na antiga União Soviética, Putin foi diretor da KGB, o serviço secreto do antigo país comunista.
“A homenagem de Bolsonaro a soldados comunistas soviéticos não deixa de ser uma pequena ironia para um político que, no seu discurso de posse em 2019, havia prometido trabalhar para ‘livrar o Brasil do socialismo'”, afirma o jornalista Igor Gielow.
Nos túmulos repousam restos mortais dos defensores comunistas de Moscou, que seguraram os invasores nazistas a pouco quilômetros da capital. O monumento também traz em seu conjunto 12 pedestais com os nomes das chamadas cidades-herói, título soviético dado àquelas que resistiram a cercos brutais.
Nas redes sociais, alguns bolsonaristas mais radicais demonstraram desconforto com o que viram. “O professor Olavo deve estar se revirando no túmulo”, lamentou um usuário, cujo comentário recebeu centenas de ‘curtidas’.
“Somos solidários à Rússia”
Embora tenha sido aconselhado por assessores a “ser o mais discreto possível” no encontro com Putin, nas suas poucas palavras diante do líder russo Bolsonaro incluiu uma que pode ter interpretações diplomáticas delicadas.
O presidente brasileiro se declarou “solidário” à Rússia (assista no vídeo abaixo). A própria ida de Bolsonaro ao país neste momento já vinha sendo vista com reservas, e havia alertas de que poderia, por exemplo, atrapalhar as negociações que o Brasil faz para se aproximar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Bolsonaro aceitou submeter-se às exigências sanitárias do governo russo com relação à covid-19. Então, antes do encontro, ele e sua comitiva foram submetidos a cerca de 5 testes para verificar se havia contaminação.
Recentemente, o presidente da França, Emmanuel Macron, recusou a se submeter aos mesmos testes e, por essa razão, ficou sentado em uma ponta de uma imensa mesa enquanto Putin falava com ele da outra ponta. Por causa do teste, Bolsonaro pode sentar-se próximo a Putin agora. Os dois estavam em cadeiras separadas somente por uma pequena mesa com um arranjo de flores e chegaram a apertar as mãos.
VÍDEO: