Mario Frias usou R$ 39 mil dos cofres públicos para encontrar lutador em Nova York
Mario Frias fez viagem a Nova York de R$ 39 mil com dinheiro público. Secretário especial da Cultura justificou que foi discutir projeto de audiovisual com lutador de jiu-jitsu
O secretário especial de Cultura do governo federal, Mario Frias, fez uma viagem a Nova York, nos EUA, em dezembro de 2021 com custo de R$ 39 mil — valor pago pelo contribuinte. As informações são do Portal da Transparência e foram reveladas nesta quinta-feira (10) pelo jornal O Globo.
A viagem durou de 14 a 19 daquele mês. No período, Frias se encontrou com o lutador brasileiro de jiu-jitsu Renzo Gracie. De acordo com as informações disponíveis no portal do governo federal, o secretário discutiu com ele “um projeto cultural envolvendo produção audiovisual, cultura e esporte”. A viagem foi classificada como urgente.
Os voos de ida e volta custaram R$ 26 mil — R$ 13 mil cada —, segundo o Portal da Transparência. Frias também recebeu R$ 12,8 mil em diárias, além da contratação de um seguro-viagem de R$ 305. No total, os valores somam R$ 39,1 mil de recursos do governo federal.
Após a repercussão da viagem na imprensa, Frias escreveu nas redes sociais que a informação é mentirosa — ele afirmou que não gastou R$ 39 mil, que não viajou de classe executiva (informação citada por jornalistas devido aos valores pagos nas passagens) e que a “finalidade da viagem não foi da forma como colocaram nas inverídicas manchetes”, apesar de parte dessas informações estarem no Portal da Transparência. O secretário também disse que avalia notificar judicialmente os jornalistas que publicaram a notícia.
Frias deve deixar secretaria em Março
Mario Frias deverá deixar o comando da Secretaria de Cultura em março para seguir carreira política. O ator filiou-se ao Partido Liberal (PL) no início do mês para sair candidato a deputado federal nas eleições de outubro.
Não há ainda um nome escolhido para suceder o ator na pasta, mas as articulações para a sucessão já estão em curso. Há nomes cogitados na própria equipe do secretário como em órgãos como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
