Mulher perde o fígado e aguarda segundo transplante após tomar "chá emagrecedor"
Enfermeira vive drama e está entre a vida e a morte após tomar "chá para emagrecer". Internada em estado gravíssimo, ela chegou a receber um fígado, mas seu organismo o rejeitou e agora aguarda um novo doador
A enfermeira Edmara Abreu, de 42 anos, está internada no Hospital das Clínicas de São Paulo em estado gravíssimo após comprar pela internet e consumir um “chá para emagrecer”. A vítima foi diagnosticada com hepatite fulminante, passando a precisar de um transplante de fígador com urgência.
De acordo com as informações mais recentes de pessoas próximas à paciente, Edmara já até chegou a receber um fígado, mas não foi compatível. Portanto, sua busca por um órgão continua, de forma que ela possa sobreviver.
A médica Liliana Ducatti, doutora em ciências em gastroenterologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), publicou um alerta em seu perfil de Instagram sobre o caso, pedindo atenção ao consumo de substâncias como a que afetou a paciente.
Liliana trabalha no departamento de gastroenterologia na Divisão de Transplantes de Órgãos do Aparelho Digestivo. Ela afirmou que Edmara sofreu uma “falência aguda e gravíssima do fígado”, com necessidade por um transplante “urgente”, correndo alto risco de morte caso não o faça num período curto de tempo.
A médica disse que é comum pacientes apresentarem esta condição mediante o uso de algum medicamento. No entanto, no caso de Edmara, não havia acompanhamento por um profissional de saúde.
“Os familiares trouxeram pra gente um ‘chá’ que a paciente estava fazendo uso, que se chama 50 ervas emagrecedoras. Quando olhamos o rótulo dessa medicação, a gente pôde identificar diversas ervas que são conhecidas já por serem hepatotóxicas. Entre elas, o mais conhecido, chá verde”, afirmou a médica.
“Então, é muito bem descrito na literatura, há vários relatos, papers, que mostram casos de hepatite fulminante por uso de chá verde, mas não só ele, carqueja, mate verde, outras ervas. Muitas delas a gente nem sabe e outras já estão descritas na literatura por serem hepatotóxicas. Então nós recomendamos não fazer uso desse tipo de medicação: chá que desincha, chá detox, natural, erva de não sei o quê, não faça uso”, acrescentou Liliana.
De acordo com familiares, Edmara não tinha qualquer histórico de enfermidades e seus últimos exames estavam todos dentro dos padrões. Os familiares confirmam que o produto — um frasco branco com o rótulo ‘Pro Ervas’ — foi adquirido pela internet, mas que também pode ser encontrado facilmente em qualquer esquina das cidades brasileiras.