Redação Pragmatismo
Homofobia 18/Fev/2022 às 19:37 COMENTÁRIOS
Homofobia

Psicóloga que oferecia "cura gay" tem registro profissional cassado

Publicado em 18 Fev, 2022 às 19h37

Psicóloga que oferecia “tratamento de reversão da homossexualidade” teve seu registro profissional cassado nesta sexta. Atualmente, a mulher ocupa “cargo especial” como assessora parlamentar do deputado Sóstenes Cavalcante, um dos líderes da bancada evangélica no Congresso

O Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal (CRP-DF) decidiu cassar, nesta sexta-feira (18/2), o registro profissional de Rozângela Alvez Justino. A decisão foi publicada no portal da entidade, na quinta-feira (17/2), e passou a valer desde então. O pedido foi impetrado pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros (ABGLT).

A psicóloga foi alvo de um processo disciplinar por defender a prática da chamada “cura gay”, metodologia que promete oferecer terapia de reversão sexual aos seus pacientes. Ela foi uma das autoras da ação que liberou o tratamento no país em 2017, e que logo em seguida deixou de valer.

Com isso, Rozângela Alves Justino está impedida de manter atendimento a pacientes em todo o país. Caso continue, pode responder por exercício ilegal da profissão. A reportagem tenta contato com a defesa da psicóloga.

Segundo o documento que decide pela a cassação, Rozângela infringiu o código de ética da profissão. Em um dos termos violados, está o que diz que é vedado ao psicólogo “induzir a convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, de orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito, quando do exercício de suas funções profissionais”.

Em 2009, Rozângela já havia sido punida pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) por oferecer o “tratamento”. Ela sofreu uma “censura pública” por ter violado uma resolução da profissão que diz que “homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão”..

À época, Rozângela disse que considera a homossexualidade um distúrbio, provocado principalmente por abusos e traumas sofridos durante a infância. Ela disse ter “aliviado o sofrimento” de vários homossexuais.

Em abril de 2019, a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu uma decisão da Justiça Federal de Brasília que permitia a prática da “cura gay”. Ela atendeu a pedido do Conselho Federal de Psicologia, que entrou no Supremo contra decisão do juiz da 14ª Vara Cível em Brasília, que autorizou psicólogos a realizarem terapias do tipo.

Rozangela Justino

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