Rússia se diz pronta para já negociar rendição da Ucrânia. Putin expressou sua disposição de dialogar com o presidente ucraniano. Secretário de imprensa do Kremlin afirma que os termos russos estão baseados na “desmilitarização e desnazificação” da Ucrânia
A Rússia estaria disposta a negociar os termos de rendição da Ucrânia ante a ofensiva militar desencadeada por Moscou na madrugada desta quinta-feira (24). A informação é do secretário de imprensa do Kremlin, Dmitry Peskov, segundo a rede estatal Russia Today (RT). Putin teria transmitido sua disposição de discutir essa possibilidade com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. Os termos russos estão baseados na “desmilitarização e desnazificação” da Ucrânia, disse Peskov.
Por sua vez, Maria Zakharova, representante oficial do Ministério das Relações Exteriores (MRE) da Rússia, afirmou que a situação relacionada à Ucrânia não é o começo de uma guerra, e sim, ao contrário, a tentativa de evitar uma guerra mundial. “Em primeiro lugar, é muito importante (dizer que) isto não é o começo de uma guerra. Nosso intuito é evitar o desenvolvimento de eventos que poderiam levar a uma guerra mundial. Em segundo lugar, é o fim da guerra”, disse a diplomata à emissora NTV.
Seguindo a fala do presidente russo, Vladimir Putin, Zakharova declarou que foram os Estados Unidos que decidiram bloquear o diálogo sobre a Ucrânia. “Hoje (24), durante este mesmo dia, a delegação oficial russa, dirigida por Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, deveria estar justamente naquelas tais vastidões europeias, das quais nós ouvimos todo o tipo de acusações contra nós. Ela (a delegação) devia estar lá para realizar negociações com a delegação americana dirigida pelo secretário de Estado dos EUA, o senhor (Antony) Blinken”, informou Zakharova, de acordo com o site Sputnik Brasil.
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Ela acrescentou ainda que “foi justamente o lado americano que recusou continuar as negociações”. A diplomata apontou também a “culpa da Ucrânia”. Segundo ela, os EUA entregaram uma resposta oficial à Rússia em mensagem de Blinken, na qual traçava “de forma bastante ampliada e grosseira sua falta de vontade” de negociar. Tudo isso antecedeu a decisão de Moscou pela operação militar.
“Histeria do Ocidente”
Segundo o MRE da Rússia, a “histeria” do Ocidente em torno da Ucrânia omite sua própria responsabilidade pela falta de diálogo.
Mais cedo, Putin apontou a expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para o Leste e a aproximação de sua infraestrutura militar das fronteiras russas como uma situação insustentável e inaceitável. “Sabe-se bem que durante 30 anos temos tentado com persistência e paciência acordar com os países-líderes da Otan sobre os princípios de segurança igualitária e indivisível na Europa”, disse o líder.
Como resposta às propostas, a Rússia recebeu “engano cínico e mentiras ou tentativas de pressão e chantagem”, afirmou Putin. “Enquanto isso, a Aliança Atlântica, apesar de todos os nossos protestos e preocupações, continua se expandindo. O veículo militar avança. E, repito, está chegando mais e mais perto de nossas fronteiras”.
Segundo a Rede Telesur, após o início das operações militares de Moscou, milhares de cidadãos ucranianos cruzaram a fronteira ocidental na madrugada desta quinta-feira em direção à Romênia.
O prefeito da província romena de Suceava afirmou que a Polícia de Fronteiras registrou centenas de pessoas, muitas das quais de nacionalidade romena, procedentes da Ucrânia, que buscam refúgio junto a familiares ou amigos.
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