Angélica revela que foi violentada aos 15 anos: "Não tive reação, fiquei petrificada"
Angélica diz que somente agora conseguiu falar publicamente sobre o caso. “Estava ali, sendo violentada por dois, três [agressores], ninguém viu, eu sabia e eu não tive reação nenhuma, não fiz nada. Até hoje me pergunto porque fiquei tanto tempo em silêncio”
Marie Claire
Com uma carreira artística sendo construída desde cedo, Angélica abriu o coração sobre um episódio de violência sexual que sofreu durante a divulgação da música Vou de Táxi, em Paris, aos 15 anos. A apresentadora relata que tudo aconteceu durante um ensaio fotográfico.
“Eu estava na rua e o fotógrafo falou que eu era uma cantora brasileira, um grupo de meninos, de jovens, veio para tirar uma foto comigo e foram se aproximando de mim, ficando perto e se esfregando em mim. Lembro que eu estava fazendo a foto e fiquei sem reação. Um deles passou a mão na minha bunda, em mim inteira, e eu atrás de um táxi, ninguém estava vendo, e fiquei petrificada”, relata ela.
Angélica contou que demorou um tempo para que ela entendesse a gravidade do que ocorreu. “Eu tinha 15 anos, e estava enfrentando um assunto que a gente não falava, mas eu estava ali sendo violentada por dois, três meninos. Ninguém viu, eu não fiz nada”.
“Nunca falei isso, estou falando agora. Não sabia que isso era uma violência. Só depois eu descobri”, disse. O relato aconteceu durante a entrevista de Angélica com Luciana Temer, diretora do Instituto Liberta, no site Mina. Na conversa, as duas comentaram sobre a necessidade de conscientização sobre o tema e também convidaram mais pessoas a se abrirem.
“A cura começa pela linguagem. A gente precisa falar para descobrir que não estamos sozinhas. Enquanto não rompermos o silêncio, essa realidade se manterá”, disse Luciana Temer.
No Instagram, Angélica comentou o assunto e convidou os fãs a assistirem ao vídeo. “Relatei o abuso que sofri quando era menor de idade, por volta dos meus 14 e 15 anos realizando um trabalho fora do país. Até hoje me pergunto o motivo de ter ficado tanto tempo em silêncio, minimizando uma dor terrível. Hoje, com meu amadurecimento consegui ter voz e forças para relatar sobre o ocorrido”.
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Assista a entrevista: