Apontado como o assassino de Marielle Franco, policial reformado Ronnie Lessa diz que só se encontrou com Jair Bolsonaro 'cinco vezes' e garante que não conhece os filhos do presidente. Lessa negou que tenha matado a ex-vereadora e atribuiu a intermediação do crime ao miliciano Adriano da Nóbrega, também amigo do clã Bolsonaro
O policial militar reformado Ronnie Lessa, de 51 anos, preso desde 2020, na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande (MS), acusado de assassinar a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes, falou sobre sua relação com o presidente Jair Bolsonaro (PL) em entrevista exclusiva à Veja.
Apesar de ter sido ajudado pelo atual chefe do Executivo em 2009, quando perdeu parte da perna esquerda na explosão de uma bomba em seu carro, o ex-PM disse que não é próximo dele. Na época, Bolsonaro era deputado federal e ajudou para que ele recebesse prótese e tratamento na Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR).
Na ocasião, Bolsonaro era, segundo o policial reformado, “patrono da ABBR”, e interferiu para que ele recebesse prioridade no atendimento da associação, segundo ele, por “Ele gostar de ajudar a polícia porque é quem o botou no poder. Podia ser qualquer outro policial”.
Ronnie Lessa morava e foi preso no mesmo condomínio em que Jair Bolsonaro morava com a família na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Apesar disso, o suspeito de matar Marielle afirmou à revista que nunca foi próximo do presidente.
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“É um cara esquisito. Se vi cinco vezes na vida, foi muito. Um dia cumprimenta, outro não, e mesmo assim só com a mãozinha. E nunca vi os filhos dele“, disse para a Veja.
Ronnie Lessa nega envolvimento no assassinato de Marielle
Na mesma entrevista à Veja, Ronnie Lessa nega qualquer envolvimento no assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Segundo ele, o principal suspeito deveria ser o ex-capitão Adriano da Nóbrega, morto pela polícia em 2020. Conhecido como chefe miliciano do “Escritório do Crime”, Adriano, segundo Lessa, “estava num patamar em que não entrava mais num carro para dar tiro em ninguém, mas tenho quase certeza de que o grupo dele fez”.
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Matéria publicada pelo Uol em julho do ano passado mostra que a polícia faz ligação de Ronnie Lessa com milicianos. A força-tarefa do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) que investiga a morte da vereadora Marielle Franco encontrou elementos que ligam o policial militar reformado apontado com o ex-vereador Cristiano Girão em outro homicídio. Girão é um dos nomes investigados no inquérito que apura os mandantes da morte de Marielle.
Assista a entrevista
Com DCM e Uol
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