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Conselho Europeu frustra a Ucrânia e considera bloqueio aéreo “um passo muito grande”

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Volodymyr Zelensky havia cobrado a implementação de um bloqueio aéreo na Ucrânia. Conselho Europeu disse que a decisão é um passo muito grande: "É preciso considerar que a Rússia tem armas nucleares, é muito importante evitar uma terceira guerra mundial"

Volodymyr Zelensky (Imagem: reprodução)

Momentos depois de cobrar de aliados a implementação de uma zona de exclusão aérea na Ucrânia, o presidente nacional Volodymyr Zelensky levou um balde de água fria ao ouvir do Conselho Europeu que essa medida não deve ser adotada tão cedo.

Presidente do órgão, Charles Michel declarou nesta quinta-feira (3) que a ação pedida por Zelensky depende da Organização do Tratado Atlântico Norte (Otan), mas representaria “um passo muito grande”.

“A União Europeia não está em guerra com a Rússia. A realidade é que a Rússia iniciou uma guerra selvagem com a Ucrânia. A Ucrânia não é um membro da Otan, e é por isso que precisamos ser cuidadosos e cautelosos”, declarou Michel.

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Em entrevista à CNN, o presidente do Conselho Europeu considerou, ainda, que “é preciso fazer tudo que for possível, mas levando em consideração que a Rússia possui armas nucleares, é muito importante evitar uma terceira guerra mundial”.

Após oito dias de invasão, Michel avaliou que ainda é momento de tentar resolver as diferenças entre ucranianos e russos “em um nível diplomático”.

“Estamos tentando prover mais apoio à Ucrânia para conseguir um cessar-fogo o mais rápido possível e para garantir que possamos negociar o mais rápido possível”, afirmou.

Zelensky cobrou ajuda de aliados

O posicionamento do presidente do Conselho Europeu veio horas depois de Zelensky cobrar publicamente um maior auxílio de seus aliados, especialmente no ocidente, e reclamar do atraso nesse apoio.

“Eu pedi sanções preventivas antes da guerra. Eu disse: se tivermos um pacote de sanções, eles não vão avançar com a ofensiva”, declarou em entrevista a repórteres transmitida pela CNN.

Com tropas russas já dentro de seu país, Zelensky mudou o pedido e avisou aos aliados que precisava de uma zona de exclusão aérea militarizada nos céus da Ucrânia. Mais uma vez, porém, o presidente não foi atendido no prazo desejado.

“Agora, eu estou pedindo a zona de exclusão aérea”, relatou. “Se vocês (aliados) não conseguem estabelecer uma restrição ao espaço aéreo agora, quando vão conseguir?”.

Com a zona de exclusão aérea, a Ucrânia impediria que aeronaves estrangeiras entrassem no perímetro do país, podendo ser abatidas, por exemplo, por sistemas de defesa de países da Organização do Tratado Atlântico Norte (Otan), considerados aliados pelo presidente.

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“Já dissemos muitas vezes que a Ucrânia precisa de garantias de segurança. E qual foi a resposta da aliança? Esperar. Esperar pelo início da guerra”, afirmou. “Se vocês não podem fechar nossos céus, então me deem aviões.”

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