Além da esganadura, laudo comprova lesões sexuais na estudante de medicina. "Ainda estamos concluindo o inquérito, mas a hipótese de estupro é marcante", diz delegado do caso. Câmeras de segurança registraram os últimos momentos da vítima com vida
A estudante de medicina Mariana Thomaz de Oliveira, de 25 anos, foi vítima de feminicídio no último sábado (12) em um apartamento no bairro de Cabo Branco, área nobre de João Pessoa (PB). Segundo a Polícia Civil, o autor do crime é o empresário Johannes Dudeck, 31, que namorava com a vítima há um mês.
Mariana era nascida no Ceará e morava na Paraíba havia três anos para cursar medicina na Faculdade Nova Esperança. O corpo da jovem foi encontrado após um telefonema do próprio Dudeck, que ligou para a polícia afirmando que Mariana “estava tendo convulsões”.
Ao chegar no local, a perícia verificou que o corpo de Mariana tinha sinais de estrangulamento. Com essa informação, a polícia decidiu prender Johannes Dudeck em flagrante.
Novos exames confirmaram as esganaduras e o atestado de óbito da estudante apontou que ela foi morta por ‘asfixia mecânica por esganadura’.
O laudo atesta ainda que a jovem sofreu lesões sexuais graves. “O laudo comprova que houve lesões de natureza sexual na vítima, tanto na vagina como no ânus. Inclusive, um fato novo, foi encontrado sêmen no ânus da vítima. A hipótese de estupro é marcante. A gente está colhendo mais informações para chegar ao final do inquérito”, declarou o delegado Joames Oliveira, responsável pelo caso.
A polícia também divulgou que o empresário Johannes Dudeck já respondeu a três acusações pela Lei Maria da Penha contra três vítimas diferentes. Ele encontra-se preso na Penitenciária de Segurança Média Juiz Hitler Cantalice.
A defesa do empresário informou à imprensa que está analisando os laudos e trabalhando para que a Justiça revogue a prisão preventiva e ele possa responder em liberdade.
Familiares inconformados
O velório de Mariana Thomaz reuniu centenas de pessoas em sua cidade de origem, Lavras da Mangabeira, no interior do Ceará. Gustavo Thomaz de Oliveira lamentou a morte da irmã: “Ela era a filha mais nova. A gente [família] não sabia do relacionamento dela com esse homem [Dudeck]. Só pedimos que a Justiça seja feita”.
Alunos da Faculdade Nova Esperança fizeram uma homenagem à Mariana nesta terça-feira (15). Vestidos de preto, os estudantes seguravam rosas e fizeram orações.
Histórico de Johannes Dudeck
Johannes Dudeck tem um histórico de processos tanto na esfera criminal quanto na cível. Em janeiro de 2020, ele respondeu pelos crimes de ameaça e lesão corporal contra duas mulheres e um homem.
Em setembro de 2020, Johannes foi preso por descumprimento de medida protetiva e indícios graves de violência doméstica contra a mulher com quem ele se relacionava. Após agressões, ameaças e insatisfeito com o fim do relacionamento, ele chegou a enviar uma encomenda para casa da vítima com uma prótese de borracha que replica os moldes de um pênis, junto a um bilhete com o nome da mulher.
No sistema do TJPB constam ainda dois casos de violência doméstica contra o empresário, um em 2013 (arquivado em 2017) e outro de 2017 (arquivado em 2018). Ambos estão em segredo de justiça.
Câmeras de segurança registraram os últimos momentos de Mariana Thomaz com vida: