Economia

Maior preço do país: Gasolina da Refinaria de Mataripe já é 27% mais cara

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(Imagem: Petrobras)

A gasolina na Refinaria de Mataripe, antiga Landulpho Alves (Rlam), já está custando 27,4% a mais do que a vendida pela Petrobrás. A diferença em relação ao valor do diesel S-10 é ainda maior, 28,2%.

Os combustíveis comercializados pela refinaria baiana, privatizada em dezembro de 2021, tiveram novo reajuste no sábado (5), o quinto aumento só neste ano. Mataripe tem hoje os combustíveis com os preços mais elevados do Brasil, em comparação com as refinarias da estatal. Segundo estimativas do Observatório Social da Petrobrás (OSP), organização ligada à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), com esse último reajuste, a gasolina e o diesel da Bahia deverão se tornar os mais caros do país.

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) divulgará só na semana que vem os dados atualizados com o impacto do novo reajuste da Acelen, gestora da Refinaria de Mataripe, mas cálculos do OSP já preveem uma alta significativa para o consumidor baiano. O levantamento mostra, por exemplo, que a gasolina na Bahia deverá ficar mais cara do que a do Rio de Janeiro, que é hoje o estado com os maiores preços e o maior ICMS do país.

Repassando apenas os centavos do reajuste desse fim de semana das refinarias para as bombas (considerando somente o repasse), segundo o OSP, a gasolina na Bahia ficaria em R$ 7,65 (50 centavos a mais do que a do Rio de Janeiro). Já o diesel S-10 subiria para R$ 6,79 (42 centavos mais caro do que o do Acre). Rio de Janeiro e Acre são os estados com os preços mais altos da gasolina e do diesel, respectivamente.

“Chegamos a um momento em que a população deve decidir se seguiremos com a agenda privatista ou se manteremos os ativos estatais da Petrobrás. Se o processo de privatização do parque de refino da companhia continuar, isso que está acontecendo na Bahia se ampliará para o restante do Brasil. A guerra na Ucrânia acentuou o problema, mas o encarecimento da gasolina e do diesel na Bahia já é estrutural com a privatização”, afirma Eric Gil Dantas, economista do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps).

“Desde o mês passado a refinaria privatizada já tinha saído de um preço abaixo da média nacional para se tornar a refinaria com os preços mais altos do país. Nos últimos dias, o barril se manteve acima dos US$ 120 e deve seguir em patamares ainda mais elevados. Isso mostra a urgência no debate”, destaca Dantas.

Segurar os preços

No Golfo do México, que serve como referência para o Preço de Paridade de Importação (PPI), de acordo com o economista, o aumento do valor da gasolina foi de 15% na semana passada.

“Entretanto, os custos para produzir gasolina e diesel no Brasil não mudaram. O único custo que aumentou foi o pagamento de participações governamentais. A Petrobrás pode sim segurar os preços localmente sem que haja prejuízos contábeis. O último resultado, com lucro líquido de R$ 106 bilhões e distribuição de dividendos de R$ 100 bilhões, mostra o quanto de gordura a empresa tem para queimar”, conclui.

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