Redação Pragmatismo
Saúde 31/Mar/2022 às 21:22 COMENTÁRIOS
Saúde

Paulinha Abelha não morreu por uso de medicamentos, diz laudo contratado pela família

Publicado em 31 Mar, 2022 às 21h22

Documento descarta que morte de Paulinha Abelha tenha relação com o uso de medicamentos, como informado anteriormente. Laudo foi assinado pelo médico Nelson Bruni Cabral de Freitas, contratado pela família da cantora

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Vocalista Paulinha Abelha (Reprodução)

A família da cantora Paulinha Abelha, cantora da banda de forró Calcinha Preta, divulgou nesta quinta-feira (31) o laudo de um médico contratado de forma particular para estudar as causas da morte da artista de 43 anos de idade, que ocorreu no último dia 23 de fevereiro.

Dias antes do coma, cantora Paulinha relatou mal-estar em entrevista

À época, a principal hipótese era que as complicações renais, hepáticas e neurológicas haviam sido desencadeadas por medicamentos de emagrecimento, mas essa hipótese foi descartada pelo médico Nelson Bruni Cabral de Freitas, responsável pelo parecer.

O doutor analisou que “as lesões renais apresentadas pela paciente não possuem relação com uso de medicamentos” que Paulinha tomava. Segundo o documento, a causa da morte foi um “processo infeccioso no Sistema Nervoso Central”. Leia todo o parecer médico ao fim da matéria.

O médico legista e clínico geral afirma que “as lesões renais apresentadas pela paciente não possuem relação com uso de medicamentos” e que o “o óbito da paciente ocorreu devido a um processo infeccioso no Sistema Nervoso Central, conforme consta na Certidão de Óbito, e não decorrente de intoxicação Exógena medicamentosa”.

Ainda segundo a análise, a morte da cantora não foi ocasionada por medicamentos prescritos pela Clínica Cavallaro (da médica nutróloga Paula Cavallaro, que acompanhava a cantora) e pelos médicos que a atenderam durante a internação hospitalar (Hospitais UNIMED e Primavera)”, reforçando que não houve erro médico.

O documento do médico tem como base os prontuários e laudos dos hospitais onde Paulinha esteve internada e cita que exames (como análise do liquor, líquido encontrado no no cérebro e na medula espinhal) evidenciaram uma infecção no Sistema Nervoso Central e indicam a hipótese diagnóstica de uma meningite não decorrente de intoxicação medicamentosa.

A conclusão do parecer corrobora o que consta na certidão de óbito da cantora, que aponta quatro causas da morte: meningoencefalite, hipertensão craniana, insuficiência renal aguda e hepatite, sem apontar o que levou a cantora a este quadro.

Marido considera caso encerrado

Através da assessoria jurídica da banda, o esposo de Paulinha, Clevinho Santos, disse que dá por encerradas as investigações da causa da morte dela.

“O momento agora é viver o luto, que não se conseguiu em razão dessa angústia por respostas sobre o que causou a morte de Paulinha e várias especulações que saíram na mídia. Agora de forma reservada o que a família quer é descansar um pouco, refletir sobre essa perda precoce é inestimável, e reunir forças para seguir em frente e acima de tudo honrar o legado que Paulinha nos deixou”.

Leia o parecer médico na íntegra

“INTERESSADO: CLEVERTON VENÂNCIO DA CONCEIÇÃO SANTOS
REFERÊNCIA: REQUERIMENTO DE PARECER MÉDICO
ASSUNTO: ELABORAÇÃO DE PARECER MÉDICO
PACIENTE: PAULA DE MENEZES NASCIMENTO LECA VIANA

O presente parecer médico teve como objetivo apurar qual a patologia que motivou a internação e culminou com o evento morte da paciente Paula de Menezes Nascimento Leca Viana.
De acordo com a documentação analisada, as lesões renais apresentadas pela paciente não possuem relação com uso de medicamentos.

Baseado nos documentos médicos analisados, a lesão hepática não possui nexo causal com os medicamentos prescritos pela Clínica Cavallaro e durante a internação Hospitalar (Hospitais UNIMED e Primavera).

Exames realizados (Liquor) evidenciam uma infecção em Sistema Nervoso Central, com a celularidade demonstrando a hipótese diagnóstica de uma Meningite.

Não foi evidenciado a presença de conduta médica inadequada durante sua internação Hospitalar (Hospitais UNIMED ou Primavera). O tratamento instituído pelos citados Hospitais seguiu o protocolo específico e bibliografia médica atual, porém, houve uma rápida evolução para o óbito.

Os medicamentos prescritos pela Clínica Cavallaro e durante a internação Hospitalar (Hospitais UNIMED e Primavera), não causaram lesões e/ou intoxicação na paciente, ou seja, não existe nexo causal entre os medicamentos prescritos e o evento óbito.

Não há elementos para concluir que uma intoxicação alimentar desencadeou a patologia da paciente, porém, intoxicações alimentares podem causar lesões renal, hepática e cerebral, culminando em alguns casos com o óbito do paciente dependendo da gravidade da doença e a virulência do agente patológico.

Não há elementos para estabelecer se a procura antecipada por atendimento médico neste caso poderia conter a evolução da doença. Contudo a procura rápida por atendimento médico é na maioria dos casos o ideal para obter sucesso em um tratamento médico, porém, a evolução da patologia apresentada pela paciente foi rápida e incontrolável evoluindo ao óbito.

O óbito da paciente ocorreu devido a um processo infeccioso no Sistema Nervoso Central, conforme consta na Certidão de Óbito, e não decorrente de Intoxicação Exógena medicamentosa.

São Paulo/SP, 31 de março de 2022.”

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