Vizinho suspeita, chama autoridades e 6 homens acabam presos por estupro coletivo em Buenos Aires em plena luz do dia. Enquanto dois jovens se revezavam vigiando, outros quatro estupravam a jovem de 20 anos. "Assim como aprendemos a nos cuidar e a saber quais são os riscos, os homens também aprendem certas práticas: a prática de que nossos corpos, nossas vidas, não têm valor", desabafou a ministra da Mulher da Argentina
Seis homens foram presos acusados de estuprar sexualmente uma mulher de 20 anos em Buenos Aires, na Argentina, segundo informações são do jornal EL País.
“O crime aconteceu em plena luz do dia e o caso de abuso foi descoberto por um vizinho que, percebendo a atitude suspeita dos acusados, avisou a polícia”, noticiou o veículo.
Em poucos minutos, a polícia chegou ao local e encontrou a jovem ainda em estado de sonolência. Os homens foram presos e ela encaminhada para atendimento médico em um hospital da região.
Segundo a imprensa local, o caso começou à tarde, em um bairro da região, quando os seis estupradores circundavam um Volkswagen Gol estacionado na calçada em atitude suspeita. Enquanto dois deles se revezavam vigiando, outros quatro, dentro do veículo, estupravam a jovem de 20 anos.
A polícia informou que é possível que a vítima tenha sido dopada pelos agressores. Imagens de segurança do entorno da região estão sendo analisadas.
Elizabeth Gómez Alcorta, ministra da Mulher da Argentina, condenou o episódio publicamente: “Assim como aprendemos a nos cuidar e a saber quais são os riscos, os homens também aprendem certas práticas: a prática de que nossos corpos, nossas vidas, não têm valor”, desabafou.
Ao contrário do que muitos formadores de opinião pública e políticos afirmam há décadas, Elizabeth deixou claro que os envolvidos no estupro não são “monstros”, eliminando a ideia de excepcionalidade em sua conduta.
Para a ministra, a população precisa admitir que são homens comuns, socializados nesta sociedade, uma sociedade que precisa perceber que é parte do problema pois cultiva uma cultura do estupro.
“Não se trata de acontecimentos isolados, nem de acontecimentos ligados a homens com um problema particular. (…) Eles não são monstros, são homens socializados nesta sociedade. Isso implica que todos nós temos que nos comprometer”.
Elizabeth ainda criticou a “lógica corporativa” entre os homens, “onde talvez um homem possa sentir que está errado, mas é difícil dizê-lo e sair do corporativo, da irmandade: é assim que ele é socializado.”
“O que falta é mudar a matriz da sociedade”, afirmou, defendendo mais políticas públicas e investimentos para que o País “desaprenda séculos de violência”.