Earendel: A estrela recém-descoberta tem 50 vezes a massa do Sol e está tão longe que sua luz levou 12,9 bilhões de anos para chegar à Terra
A Nasa, a agência espacial americana, revelou, nesta quarta-feira (30), uma descoberta surpreendente, digna do “livro dos recordes”, feita pelo telescópio espacial Hubble, lançado no espaço há quase 32 anos.
Usando o Telescópio Espacial Hubble e o alinhamento inesperado de galáxias remotas, os astrônomos descobriram a estrela mais distante já fotografada.
A estrela oficialmente nomeada WHL0137-LS, foi apelidada de Earendel, cujo significado é “luz nascente” ou “estrela da manhã”. Ela está a mais de 12 bilhões de anos-luz de distância da Terra, e é considerada o corpo celeste mais antigo do universo.
Anteriormente, os cientistas só detectaram aglomerados de estrelas de galáxias muito distantes, e nunca uma estrela solitária, como a Earendel. O astrônomo Brian Welch, da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, principal autor do artigo que descreve a descoberta, publicado na revista Nature, comemorou a descoberta.
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Segundo o órgão espacial, o astro existiu no primeiro bilhão de anos após o nascimento do universo no Big Bang. A descoberta promete abrir uma era inexplorada.
“Quase não acreditamos no começo, ela estava muito mais longe do que a estrela anterior, mais distante e com maior desvio para o vermelho”, disse o astrônomo.
O desvio para o vermelho se dá devido à luz emitida pelas estrelas — quanto mais esta luz for vermelha, mais distante está o objeto.
Conforme o cientista, a “Earendel existiu há tanto tempo que pode não ter as mesmas matérias-primas que as estrelas ao nosso redor hoje”.
A princípio, Welch acreditava que a estrela se tratava de uma galáxia, devido à alta emissão de luz. Contudo, ao ampliar a imagem enviada pelo telescópio Hubble, percebeu que se tratava de uma estrela solitária.
Os cientistas acreditam que Earendel seja milhões de vezes mais brilhante que o nosso Sol e que possua 50 vezes mais massa que a nossa estrela.
Além de estabelecer o recorde para a estrela mais distante até agora, a descoberta de Earendel oferece aos cientistas um vislumbre tentador da composição do universo inicial e mostra as potenciais descobertas adicionais do mais poderoso Telescópio Espacial James Webb quando ele inicia as operações científicas em questão de meses.
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Os pesquisadores também informaram que estudarão Earendel através do telescópio espacial James Webb, que promete substituir Hubble e tem alta sensibilidade à luz infravermelha, podendo estudar com mais detalhes objetos a distâncias gigantescas.
“Esse foi o tipo de ciência que o JWST foi projetado para fazer”, disse Welch.
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