Gabriel Monteiro foi orientado por advogado a realizar "queima de arquivo"
Gabriel Monteiro usava cofre camuflado para guardar HDs criptografados com vídeos de orgias e outras gravações comprometedoras. Assessores afirmam que o vereador exibia vídeos de sexo com menores como se fossem ‘troféus’ e dizia que ia ‘abrir uma creche’
Um ex-assessor do vereador do Rio e youtuber Gabriel Monteiro (PL) afirmou à Polícia Civil que o parlamentar foi orientado por um advogado a destruir equipamentos e mídias portáteis, como cartões de memória, HD externo e pendrives. A ‘queima de arquivo’ tinha objetivo de “inviabilizar que alguém encontrasse qualquer prova que desabonasse a conduta” de Monteiro.
De acordo com as investigações, o vereador escondia todo o material em um cofre camuflado dentro da sua casa. Os HDs criptografados serviam de armazenagem para vídeos de orgias e outras gravações comprometedoras.
Ex-assessores do parlamentar disseram em depoimento que Gabriel Monteiro exibia vídeos de sexo com menores de idade como se fossem ‘troféus’ e dizia que ia ‘abrir uma creche’.
Heitor Monteiro de Nazaré Neto contou aos agentes que foi nomeado no gabinete de Monteiro por cerca de dez meses, entre junho de 2021 e março deste ano. Ele afirmou ainda que o último dia de trabalho junto ao vereador se deu logo depois do episódio envolvendo uma empresa de reboques que atua na cidade, quando uma denúncia de oferecimento de propina feita pelo parlamentar chegou a levar o dono do grupo à prisão.
Heitor foi espontaneamente à delegacia “após tomar conhecimento de ter seu nome envolvido em denúncia de furto no interior da residência” do vereador, conforme consta no termo de declaração. O ex-funcionário alega que o material supostamente furtado seria justamente o das mídias citadas pelo advogado do vereador anteriormente, o que incluiria a gravação da relação com a menor de idade.
No depoimento, Heitor diz desconfiar que “esta ‘história de furto’ seja uma estratégia para justificar o fato de Gabriel não ter mais tais mídias de informática caso alguém o solicitasse”.
Foi Heitor quem revelou aos investigadores a existência do cofre secreto na casa de Gabriel Monteiro. A existência do cofre foi citada por outros três ex-funcionários. “Ficava escondido dentro de um armário entre o quarto e o closet”, contaram.
Em dois desses depoimentos, consta que o conteúdo dos HDs guardados no cofre seria inclusive criptografado, só sendo possível acessar as gravações mediante senha. De acordo com os relatos dos ex-funcionários, no local ficavam armazenados tanto “vídeos de trabalho” quanto gravações de “orgias” envolvendo o vereador e várias mulheres, frequentemente menores de idade.
“Gabriel tinha o hábito de ficar exibindo vídeos íntimos, dele mantendo relações sexuais com outras mulheres, maiores ou menores de idade, como se fossem ‘troféus’”, diz um ex-assessor que pediu licença médica em janeiro “após crise de transtorno de ansiedade”.
“Ele ia exibir os vídeos para todos, chegava nos seguranças, depois ia nos assessores. Dava para ver que ele tinha prazer em se exibir e se vangloriar”, acrescentou.
Sobre a alegação de que Monteiro imaginava que as meninas eram maiores de idade, o assessor afirmou: “Isso não é verdade. Até porque ele tinha o hábito de fazer brincadeiras, dizendo que iria abrir uma creche e que mulheres de 20 anos de idade já seriam velhas”.
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Outro assessor também disse que Gabriel sabia que a adolescente era menor de idade, que falava “pra todo mundo” que a menina tinha 15 anos e que costumava dizer: “Minha novinha está me esperando”.