Justiça

Mãe do menino Gael tem transtornos e é inimputável, diz perícia

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De acordo com a perícia, no momento em que matou o filho de 3 anos a mãe estava "privada de sua capacidade de compreensão e volição, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito dos seus atos"

(Imagens: reprodução)

via blog do Rogério Gentile

O perito médico que examinou a sanidade mental de Andréia Freitas de Oliveira, mãe do garoto Gael Freitas Nunes de Farias, morto aos três anos em maio do ano passado, concluiu que ela sofre de transtornos psiquiátricos.

Andréia está em prisão preventiva. De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público, ela agrediu o filho no apartamento da família, na Bela Vista, em São Paulo, matando-o por asfixia.

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Segundo o laudo anexado ao processo judicial, Andréia sofre de “transtorno dissociativo”, um distúrbio no qual o doente apresenta alterações na consciência, na identidade, na memória, na percepção do ambiente e no controle de movimentos e do comportamento. A pessoa se distancia, involuntariamente, da realidade e tem dificuldades para se lembrar dos acontecimentos depois.

O perito Richard Rigolino, do Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo (Imesc), afirma no documento que a mãe de Gael estava, por ocasião do homicídio, “privada de sua capacidade de compreensão e volição, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito” dos seus atos. Volição é ação de escolher ou decidir.

Segundo o perito, “sob a ótica médico-legal psiquiátrica”, Andréia é inimputável. “Pelas características do mal, há a possibilidade de reincidência no delito ou no cometimento de outros“.

Ele recomendou que, pelo distúrbio neuropsiquiátrico apresentado, Andréia deve receber “tratamento psiquiátrico compulsório em regime de internação, em vista do caráter imprevisível e episódico do transtorno, com encaminhamento posterior para tratamento semi-intensivo de manutenção“.

Na denúncia apresentada à Justiça, o Ministério Público relata que, de acordo com as investigações, no dia do crime, Gael acordou e, na companhia de uma tia-avó, tomou uma mamadeira na sala do apartamento enquanto assistia à televisão.

Minutos depois, ele teria ido à cozinha atrás da mãe. “Nesse cômodo, sem que a criança tivesse qualquer possibilidade de se defender, Andréia subjugou o filho e passou a agredi-lo na região da cabeça e a asfixiá-lo com as próprias mãos“, afirmou o promotor Neudival Mascarenhas Filho na denúncia.

Andréia ainda não apresentou defesa no processo. Em entrevista ao Uol, em maio do ano passado, o advogado Fábio Gomes da Costa, que a representa, afirmou que ela não se lembrava de nada.

A primeira coisa que ela fez quando me viu foi colocar a mão na cabeça e perguntar: ‘O senhor sabe onde está o Gaelzinho?’. Eu tive de dar a notícia“, afirmou na entrevista. “Ela desandou a chorar e só consegui continuar a conversa 40 minutos depois.”

Segundo o advogado, Andréia sofreu um apagão. Segundo seu relato, ela disse que estava na cama com as crianças (Gael tinha uma irmã) quando teria sentido estar com febre. “Foi tomar uma chuveirada e apagou no banheiro“, afirmou.

Andréia teria recobrado a consciência apenas no momento em que foi retirada do banheiro pela polícia, colocada numa cadeira de rodas e visto na rua “carros com luzes”.

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