Redação Pragmatismo
Rio de Janeiro 07/Abr/2022 às 10:28 COMENTÁRIOS
Rio de Janeiro

Polícia Civil realiza operação contra o vereador Gabriel Monteiro

Publicado em 07 Abr, 2022 às 10h28

Gabriel Monteiro é alvo de mandado de busca e apreensão por vazamento de vídeo de sexo com adolescente. Menina de 15 anos ia de uniforme escolar para a mansão do parlamentar, dizem testemunhas. Essa é apenas uma das dezenas de denúncias que recaem sobre Monteiro

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Gabriel Monteiro estava na mansão no momento em que a Polícia Civil chegou no local (reprodução)

A Polícia Civil cumpre 11 mandados de busca e apreensão, nesta quinta-feira (7), contra sete alvos em uma operação para apurar o vazamento de um vídeo do vereador do Rio de Janeiro Gabriel Monteiro (PL) fazendo sexo com uma adolescente de 15 anos.

O parlamentar está entre os alvos; agentes estão na mansão dele e em seu gabinete na Câmara Municipal. A polícia também busca apreender equipamentos eletrônicos de funcionários acusados por ele de serem suspeitos pelo vazamento do material.

Gabriel também enfrenta uma representação na Câmara Municipal do Rio por conta desse vazamento e de acusações, feitas por assessores e ex-funcionários, de assédios moral e sexual, agressões e uso indevido de servidores. Ele pode até perder o mandato.

Segundo depoimento de assessores, Gabriel Monteiro costumava fazer orgias na casa dele com menores de idade. De acordo com o funcionário, algumas vezes ele chegou na casa do vereador e o encontrou virado de festas, com meninas saindo de lá chorando, aparentando terem sido vítimas de estupro.

Os mandados foram expedidos pelo Plantão Judiciário. Gabriel pode responder por distribuir material pornográfico envolvendo menores (Artigo 241-A do Estatuto da Criança e do Adolescente). A pena chega a seis anos de prisão mais multa.

Menina ia para mansão dele de uniforme escolar

Em depoimento à Polícia Civil, testemunhas afirmaram que o vereador sabia que a menina era menor de idade, e que ele se gabava para as pessoas ao seu redor que ela tinha 15 anos.

Outra testemunha afirmou ainda à polícia que a menina costumava ir ‘estudar’ na casa de Monteiro com uniforme escolar, e que o vereador costumava divulgar “a sua preferência por se relacionar com menores de idade”.

Segundo a mesma testemunha, os vídeos contendo relações sexuais de Monteiro com menores ficavam no celular do vereador, ao qual ninguém tinha acesso, e em discos duros externos criptografados e dentro de um cofre no quarto dele.

Nesta quarta-feira (6), a Mesa Diretora da Câmara de Vereadores encaminhou a representação contra Gabriel Monteiro para a Comissão de Constituição e Justiça da Casa. Na terça (5), o Conselho de Ética da Câmara decidiu por unanimidade abrir a representação — foram sete votos a zero.

Outras denúncias

Outras denúncias envolvendo assédio sexual e moral, divulgação de vídeos forjados e fraude processual recaem sobre Gabriel Monteiro. Além do vídeo íntimo com a adolescente de 15 anos, servidores e ex-funcionários do vereador afirmam que foram constrangidos, agredidos e tiveram suas partes íntimas tocadas pelo parlamentar sem consentimento.

A Câmara do Rio recebeu também denúncias sobre vídeos forjados no canal do YouTube de Gabriel Monteiro. As acusações dizem que ele encenava tudo o que era filmado, usando, inclusive, crianças e pessoas em situação de vulnerabilidade.

Imagens brutas de parte do material publicado na plataforma revelaram que ele pediu para uma menina dizer que “estava feliz após almoçar sua refeição preferida” graças à ajuda do vereador, quando achou que passaria mais um dia com fome.

Outras mostram que ele ofereceu dinheiro para um homem em situação de rua para que simulasse um furto, que seria em seguida interceptado por seus assessores.

Ao todo, o conselho contabiliza cerca de 14 procedimentos. Os trâmites do processo podem levar cerca de 90 dias. Ao final, Gabriel pode ser inocentado ou sofrer punições, que podem chegar até mesmo na cassação do mandato.

A Polícia Civil ainda investiga se o vereador cometeu fraude processual no episódio em que afirmou ter sido atacado a tiros junto com a equipe, em Quintino, na zona norte do Rio de Janeiro, em agosto do ano passado. Segundo ex-membros de sua equipe, o atentado teria sido forjado.

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