Detratora dos governos petistas, Míriam Leitão recebeu solidariedade de Lula e Dilma após ser atacada por Eduardo Bolsonaro
“Que tipo de monstro é capaz de debochar da tortura de uma mulher grávida?”. Essa é a pergunta que diversos internautas brasileiros fazem desde domingo (3), quando o deputado Eduardo Bolsonaro ironizou a tortura sofrida pela jornalista Míriam Leitão durante a ditadura militar.
Míriam foi presa e torturada enquanto estava grávida por agentes do governo durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985). Em uma das sessões de tortura, ela foi deixada nua numa sala escura com uma cobra. No Twitter, o filho do presidente Jair Bolsonaro (PL) compartilhou uma imagem da última coluna dela no veículo e escreveu: “ainda com pena da [emoji de cobra]”.
Alvo frequente das críticas de Míriam Leitão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou sua solidariedade à jornalista. “Minha solidariedade à jornalista Míriam Leitão, vítima de ataques daqueles que defendem o indefensável: as torturas e os assassinatos praticados pela ditadura”, escreveu Lula em suas redes sociais.
O filho de Miriam Leitão, o também jornalista Matheus Leitão, agradeceu a manifestação de Lula: “Presidente, muito obrigado. Como filho, me emociono. Sua voz branda e firme é muito importante para o país neste momento”.
Outro presidenciável que se manifestou sobre o assunto foi o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que chamou Eduardo Bolsonaro de “verme”. Ciro ainda disse que Eduardo Bolsonaro e sua família ainda serão julgados no Tribunal Penal Internacional de Haia: “Este verme não vai sentar ali sozinho, mas com outros membros de sua nefasta família. Este dia, canalhas, chegará mais rápido do que vocês pensam.”
Conselho de Ética
A líder do PSOL na Câmara, Sâmia Bomfim (PSOL-SP), disse que vai entrar com uma representação no Conselho de Ética da Casa contra Eduardo Bolsonaro. O PCdoB informou que também vai acionar o Conselho de Ética.
“Miriam Leitão estava grávida quando usaram uma cobra numa sala escura para torturá-la. Um homem que faz piada com essa situação é desumano, repugnante”, afirmou Sâmia. “O deputado Bolsonaro, assim como seu pai, precisa responder pelos seus atos”, completou a parlamentar.
“Na mesma semana em que o partido do presidente filiou um estuprador, o filho do presidente fez referência covarde à ditadura. É civilizatório varrer essa gente do poder!”, disse Ivan Valente.
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