Diesel de refinaria privatizada na Bahia custa R$ 1 mais caro do que o vendido pela Petrobrás
O levantamento aponta ainda que, desde o início do ano até agora, os preços do diesel e da gasolina de Mataripe mantiveram-se, em média, 26 centavos (6,6%) e 18 centavos (5%), respectivamente, acima dos praticados pela estatal
O diesel S-10 vendido na Refinaria de Mataripe, antiga Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, está custando R$ 1,10 mais caro do que o das refinarias da Petrobrás, uma diferença de 24,3%. Já a gasolina é 28 centavos a mais, o equivalente a 7%. Os dados são do Observatório Social da Petrobrás (OSP), organização ligada à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), e mostram que a refinaria baiana, privatizada em dezembro de 2021, comercializa hoje os combustíveis com preços mais elevados do Brasil em relação às refinarias da estatal.
No comparativo com a refinaria da Petrobrás que cobra os preços mais altos, a Gabriel Passos (Regap), em Betim (MG), o diesel de Mataripe custa 98 centavos (17%) a mais e a gasolina é 20 centavos (5%) mais cara.
O levantamento aponta ainda que, desde o início do ano até agora, os preços do diesel e da gasolina de Mataripe mantiveram-se, em média, 26 centavos (6,6%) e 18 centavos (5%), respectivamente, acima dos praticados pela estatal.
Só neste ano, a Acelen, controladora de Mataripe, já aumentou 10 vezes o valor do diesel e oito vezes o da gasolina – o último reajuste foi sábado, 30 de abril. “Um detalhe importante é que antes da privatização a Rlam vendia diesel 51 centavos mais barato do que as outras refinarias da Petrobrás. E, com relação à gasolina, era 2 centavos abaixo do restante das refinarias estatais”, destaca o economista Eric Gil Dantas, do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps).
PPI
Segundo o levantamento, os valores da gasolina da Acelen estão acima do Preço de Paridade de Importação (PPI), a política estabelecida pelo governo federal para a Petrobrás calcular o valor dos combustíveis no Brasil e que se baseia nas cotações internacionais dos derivados de petróleo e gás, mais custos de importação (custos estes que a Acelen não tem).
Ao longo do ano, Mataripe cobrou 2 centavos a mais que o PPI e desde 14 de março a média de preço da refinaria ultrapassa em 20 centavos o valor da paridade de importação.
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